Governo Federal tenta se afastar da responsabilidade pelo avanço da febre amarela

  • Por Jovem Pan
  • 17/01/2018 08h03 - Atualizado em 17/01/2018 09h51
Agência Brasil Em coletiva de imprensa para esclarecer as dúvidas sobre a doença, o ministro interino da Saúde, Antônio Nardi, pontuou que o Governo fez a parte dele

Planejamento falho em ações preventivas e demora no repasse de recursos aos Estados no ano passado podem ter impulsionado o avanço da febre amarela no Brasil. Isso é o que indica um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas.

De acordo com a pesquisa “Febre Amarela – um Estudo de Caso”, a execução orçamentária do Ministério da Saúde para vigilância epidemiológica entre janeiro e março de 2017 caiu para 436 milhões e 200 mil reais, ante 530 milhões no mesmo período de 2016.

Se não bastasse, ainda de acordo com o estudo da FGV, esses recursos foram mal distribuídos, sem o foco necessário nas cidades mais afetadas pelo vírus. O levantamento não aponta culpados, mas indica que houve falta de coordenação para garantir que as vacinas chegassem a quem mais precisa.

A pesquisadora Danielle Sanches, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV, destacou os problemas encontrados pelo estudo: “o impasse que a gente percebeu que pode alcançar foi a demora no repasse da liberação da verba de Vigilância Epidemiológica”.

Danielle Sanches ressaltou ainda que governos estaduais e municipais precisam fazer campanhas e contratar mais agentes de saúde para regiões de difícil acesso.

O Governo Federal tenta se afastar da responsabilidade pelo avanço da Febre Amarela. Em coletiva de imprensa para esclarecer as dúvidas sobre a doença, o ministro interino da Saúde, Antônio Nardi, pontuou que o Governo fez a parte dele: “o Ministérios, Estados e municípios têm a tranquilidade em estar colocando que os repasses financeiros federais foram em dia, tendo sido inclusive adiantado para Estados onde estávamos tendo maior incidência no número de casos da doença”.

Antônio Nardi disse também que a pasta já adiantou recursos deste ano para o Estado de São Paulo, e que Rio de Janeiro e Bahia receberão parcelas assim que concluírem o encaminhamento de dados contábeis.

Nos próximos dois meses, 74 cidades desses três Estados continuarão com campanhas de vacinação contra a Febre Amarela.

Também em nota, o Ministério da Saúde destacou ainda que o estudo da FGV não se refere a ações exclusivas do Governo Federal, e que a pasta não executa ações, mas promove políticas públicas e participa do financiamento do Sistema Único de Saúde.

*Informações do repórter Matheus Meirelles

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