Governo negocia e faz apelo por fim da greve dos caminhoneiros

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2018 08h04 - Atualizado em 23/05/2018 08h06
Lula Marques/AGPT Política Câmara dos Deputados Rodrigo Maia Rodrigo Maia foi além do anúncio do governo e fez um agrado aos caminhoneiros dizendo ser possível cortar o PIS Cofins dos combustíveis

O governo aceitou cortar imposto do óleo diesel em troca da reoneração da folha e faz apelo por fim da greve dos caminhoneiros. Mas, depois de uma terça-feira com 300 mil motoristas parados, o sindicato da categoria mantém as manifestações nesta quarta-feira (23).

O governo fechou acordo com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, para eliminar a Cide sobre o diesel. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirma que, em contrapartida, o Congresso deverá aprovar a reoneração das folhas de pagamento.

“A Cide é um imposto regulatório, que nós estamos eliminando sobre o diesel. Em contrapartida, o Congresso aprovará agora o fim da reoneração da folha para diversos setores e para todos os setores a partir de dezembro de 2020”, disse. O ministro Eduardo Guardia fez a declaração na noite desta terça-feira, no
Palácio do Planalto, onde não respondeu às perguntas dos jornalistas.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, tentou tomar a dianteira do anúncio das medidas:

“Vamos votar no máximo até semana que vem. Se possível a reoneração será votada na outra semana para que a gente já possa ter em conjunto o impacto tanto da Cide quanto do crédito da reoneração que vai ser transferido para compensar um pouco esse aumento do diesel e da gasolina”, disse Maia.

Após uma série de reajustes, a Petrobras reduz, a partir de hoje, o preço da gasolina em 2,8% e do diesel em 1,54%.

O presidente da estatal, Pedro Parente, atribuiu a redução à queda do dólar no início da semana e afirmou que a política de reajustes não será alterada.

“Em hipótese nenhuma, em nenhum momento passou pela cabeça do governo que poderia pedir qualquer mudança em uma política que é da exclusiva alçada da Petrobras”, disse Parente.

Para a Associação Brasileira dos Caminhoneiros, a medida do governo não trará impacto na mobilização da categoria. Em nota, o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, reforçou o pedido para que os motoristas mantenham os atos, sobretudo nas rodovias.

Na noite desta terça-feira, o presidente da Câmara foi além do anúncio do governo e fez um agrado aos caminhoneiros.

Rodrigo Maia afirmou que é possível cortar o PIS Cofins dos combustíveis e que pode colocar essa medida no texto da reoneração da folha.

Enquanto isso, a paralisação dos caminhoneiros e os bloqueios nas rodovias já estão gerando problemas de abastecimento em parte do Brasil.

Em alguns locais, começa a faltar alguns tipos de alimentos e combustíveis, e exportadores estão com dificuldade para escoar a produção.

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