Itamaraty confirma que nomeação de Segovia a adido na Itália seguiu rito especial

  • Por Jovem Pan
  • 06/03/2018 06h36
José Cruz/Agência Brasil Se todos os trâmites normais fossem seguidos, o processo poderia durar meses. Durou, na verdade, apenas dois dias

O Governo admitiu nesta segunda-feira (05) que a nomeação do ex-diretor da Polícia Federal, Fernando Segovia, como adido na Itália seguiu um rito especial. Logo depois do anúncio da troca no comando da PF, o próprio presidente Michel Temer, anunciou o benefício à Segovia, que no ano passado havia voltado da África do Sul.

O problema é que pelas regras internas da Polícia Federal uma nova nomeação só poderia ocorrer três anos depois. Mesmo assim, a nomeação de Segovia foi mantida. Além de ignorar o prazo de quarentena, o Governo também foi rápido na indicação.

Se todos os trâmites normais fossem seguidos, o processo poderia durar meses. Durou, na verdade, apenas dois dias. No dia da posse do novo diretor-geral, Rogério Galloro, a assessoria da Polícia Federal informou que como a indicação tinha partido do próprio presidente Michel Temer, não poderia informar como ficaria a questão, nem se a regra de três anos entre uma nomeação e outra para assumir um cargo internacional seria mantida ou não.

Um outro problema não foi levado em consideração na hora da indicação. No caso da Itália, o governo daquele país exige a realização de uma consulta prévia antes da formalização de um nome para representar o país.

Diante do fato da nomeação de Segovia já ter sido publicada no Diário Oficial o Governo brasileiro vai agora inverter o processo que é realizado normalmente e tentar realizar as consultas apenas depois da nomeação.

Como adido, na prática, Segovia será o representante do Brasil em território italiano por isso, fazendo parte do corpo diplomático brasileiro, sendo assim, precisa ser aceito pelas autoridades locais.

O Brasil, por exemplo, já recusou a indicação de embaixadores e teve dificuldades no ano passado para conseguir vistos diplomáticos para ter representação diplomática em Cuba.

 *Informações da repórter Luciana Verdolin

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