‘Reforma da Previdência aprovada é a que o povo quis’, defende líder do Podemos na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2019 10h04 - Atualizado em 26/07/2019 11h06
Câmara dos Deputados Deputado José Nelto O deputado federal José Nelto defende que "chegou a hora de acabar com o populismo e demagogia"

Em meio ao recesso parlamentar, o Jornal da Manhã desta sexta-feira (26) recebeu o deputado federal e líder do Podemos na Câmara, José Nelto (Podemos-GO), para falar sobre a tramitação da reforma da Previdência, as expectativas com a reforma tributária e a medida anunciada pelo Governo de decidir liberar parte do FGTS aos trabalhadores.

Aprovada com 379 votos no primeiro turno da Câmara dos Deputados, a reforma da Previdência vai a votação no segundo turno no início de agosto. O Senado Federal articula uma PEC paralela para incluir estados e municípios no texto, o que pode atrasar ainda mais o processo.

José Nelto defende o diálogo com a sociedade que foi adotado para definir as mudanças. “A reforma da Previdência aprovada não foi a que Bolsonaro ou Paulo Guedes queria, e nem a reforma da Câmara. É a reforma do povo brasileiro, com pautas que agradaram o povo brasileiro”, diz José Nelto. “Esse Congresso é reformista e eu vejo uma vontade muito grande dos líderes partidários de mudar porque a sociedade exige reformas.”

Sobre a inclusão dos estados e municípios na pauta, o deputado é contra. “Chegou a hora de acabar com o populismo e demagogia. Cada estado é uma realidade, cada um tem que fazer a sua. A preocupação é salvar as finanças públicas. Se cada governador tiver essa responsabilidade, não teremos problemas.”

Reforma tributária

“A reforma tributaria é a reforma mais difícil que tem. Ela é um cobertor curto. Definir quem vai ganhar e perder com a reforma. Nenhum estado ou município vai aceitar perder. Vai mexer no bolso do contribuinte?”

De acordo com o deputado José Nelto, atualmente o debate nas casas gira em torno de três propostas. “Temos a proposta do Baleia Rossi na Câmara, a proposta do Hauly no Senado e a proposta do Governo, que ainda não chegou.”

“É preciso que haja um debate no segundo semestre, assim como a reforma da Previdência teve, para definir a questão dos impostos e simplificar”, completa.

Saque do FGTS

O valor liberado pelo Governo para saque do FGTS foi de, no máximo, R$ 500. José Nelto defendeu a liberação do dobro, R$ 1 mil. “Nós vivemos um momento de economia febril. Estamos no fundo do poço. Por isso eu apresentei a proposta de aumentar o saque do FGTS, precisamos injetar dinheiro na economia.”

Para ele, mesmo se o valor aumentar, a medida é momentânea. “O Governo Federal já devia estar preparado há muito tempo. O Guedes ainda não foi ao parlamento dizer ‘Esse é o nosso programa para tirar o Brasil da crise a curto, médio e longo prazo’. A construção da economia é igual a um edifício. Um andar por vez.”

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