Kakay defende recall de delações e diz que Janot passa por “fim de mandato melancólico”

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2017 08h15 - Atualizado em 11/09/2017 08h35
Estadão Conteúdo/Felipe Rau Em ida à PF, Joesley estava acompanhado do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (à esq.)

No dia em que Joesley Batista e Ricardo Saud foram presos após revisão de benefícios concedidos pela Procuradoria-Geral da República, um novo advogado entrou em cena para atuar na defesa dos delatores da JBS.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o advogado Antônio Almeida de Castro, o Kakay, responsável pela defesa dos executivos da empresa no Supremo Tribunal Federal afirmou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, passa por um “momento delicado e fim de mandato melancólico”, por isso reviu a imunidade dada a seus clientes após omissão de informações em delações.

“Ao contrário do que ele fez com os demais delatores, ele pediu agora a prisão e a revisão da delação. Janot, ao pedir a revisão, está tentando consertar aquilo que ele entendeu que foi a maior crítica na decisão [anterior] dele (…) O que defendo é que se a Procuradoria entender que havia omissão em delação, o que deveria ter feito era chamar [os delatores] para recall. Ele fez isso com todos os grandes empresários brasileiros. Janot passa por um momento delicado e fim de mandato melancólico. Isso foi desproporcional e houve deslealdade (…) Isso gera insegurança aos demais delatores”, afirmou.

Presos de forma provisória, Joesley e Saud, se dependerem de seu advogado, serão liberados às 14h de sexta-feira (15), que disse não ver motivos para uma mudança para o regime de prisão provisória. “Eles foram depor, foram à PGR em clima de cordialidade. Espero que na sexta, às 14h, eles sejam colocados em liberdade. E eles continuam à disposição da PGR, do Supremo Tribunal. No que diz respeito à defesa, estamos à disposição”.

Para Kakay, a confiança entre delatores e a Procuradoria deve ser mútua, bem como o respeito, por isso, a partir do momento em que se foi concedida a imunidade, ela deve ser mantida.

Famoso por defender nomes de políticos acusados de corrupção, Kakay disse não se sentir incomodado com tal fato, já que faz seu trabalho com ética e profissionalismo. “As críticas não me atingem (…) Eu defendo teses, às vezes antipáticas. Eu defendo teses em todo processo que eu consigo atuar. Eu faço com a maior tranquilidade. A questão de honorários é entre meu escritório e a Receita Federal”, explicou.

Confira a entrevista completa:

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