‘Mais importante não é agradar Guedes’, diz presidente da comissão da Previdência

  • Por Jovem Pan
  • 25/06/2019 08h38 - Atualizado em 25/06/2019 09h12
Agência Câmara Marcelo Ramos Deputado criticou "crises criadas" pelo governo e pela política

O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), criticou, no Jornal da Manhã desta terça-feira (25), a postura do ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto ao relatório com modificações apresentado sobre o projeto. Em entrevista, ele também ressaltou a importância da Câmara dos Deputados no avanço da pauta.

Na avaliação de Ramos, o texto modificado pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), é bem sucedido e benéfico para a sociedade. Segundo ele, mais importante do que “agradar Guedes” – que criticou duramente as modificações feitas na Casa  – é agradar investidores, trabalhadores e, principalmente, os desempregados e desalentados.

Para o parlamentar, o importante é que essas pessoas elencadas reajam bem ao relatório de Moreira, e não a opinião exclusiva do ministro da Economia. “Prefiro ficar com a maioria do povo”, disse Ramos.

Ele afirmou, ainda, que o governo federal foi corajoso ao tomar a iniciativa de encaminhar um projeto como a nova Previdência ao Congresso Nacional, mas ressaltou que, depois do pontapé inicial, a maior parte do trabalho foi feita pela Câmara. “Depois que Guedes teve a coragem de encaminhar o projeto para a Câmara, o resto foram os deputados que tiveram a coragem de continuar. Não tem como não reconhecer que foi a Câmara que teve a consciência de blindar essa pauta de todas as crises criadas pelo governo e pela politica.”

Segundo ele, o Brasil e os brasileiros não podem ficar submetidos à “crises criadas”.

Discussões sobre reforma são retomadas 

Quanto aos debates sobre o texto, que serão retomados ainda nesta terça-feira (25), Ramos disse estar “otimista”, mas “cauteloso”. Isso porque mesmo com segurança em relação aos votos, que já são suficientes para a aprovação do texto na comissão especial, a margem de votos é muito pequena. “Se dois partidos de Centro já não votarem como o esperado, compromete o quorum mínimo”, explicou.

Segundo ele, a tendência é que a reunião seja bastante longa, já que 77 parlamentares ainda precisam ser ouvidos. Além disso, serão necessários alguns “ajustes finos”, uma vez que alguns deputados estão criticando que a retirada de estados e municípios do texto está dúbia, por exemplo, assim como o parágrafo que permitia que o regime previdenciário fosse alterado por lei complementar precisa ser melhor alterado para não deixar brechas.

A previsão é de que a aprovação saia até o fim desta semana.

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