Marun diz que “falta hombridade” a senadores que deixaram CPI

  • Por Jovem Pan
  • 13/09/2017 08h52 - Atualizado em 13/09/2017 09h32
Brasília- DF- Brasil- 22/03/2016- Reunião ordinária para apreciação do processo nº 01/15, referente à Representação nº 01/15, do PSOL e REDE, em desfavor do dep. Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Dep. Carlos Marun (PMDB-MS). Foto: Antonio Augusto/ Câmara dos Deputados Antonio Augusto /Câmara dos Deputados Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o relator da CPMI da JBS afirmou que ambos são denunciados e que saíram da comissão por medo

Aliados de Temer vão tentar usar o plenário da CPI da JBS para se vingar do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de Joesley Batista. Até integrantes dos partidos da base ficaram constrangidos com a força do Planalto para nomear do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do Governo, como relator. Marun é considerado como chefe da tropa de choque de Temer na Câmara, mas garantiu que não vai usar seu relatório para fazer política. Após a nomeação, dois senadores avisaram que sairiam da CPI: Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Otto Alencar (PSD-BA).

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o relator da CPMI da JBS afirmou que ambos são denunciados e que saíram da comissão por medo. “Esses dois são denunciados, um pela Odebrecht e outro pela OAS por terem recebido recurso ilícito e propina. Eu me sinto em condição superior a essas pessoas. Eles têm falta de hombridade. Investigar é para quem é homem, para quem tem hombridade”, ressaltou.

Questionado se não se sentia impedido de assumir a relatoria da comissão por conta de supostos envolvimentos com a JBS por conta de doações de campanha, Marun negou e declarou que as doações vieram de candidatos e de doações que a empresa fez a estes.

“Não tenho nenhum comprometimento com a JBS. Eu peço a prisão de Joesley desde que eles confessaram que eram criminosos. Não só pedia a prisão em entrevistas ou na tribuna como pedi através de representação em 23 de maio. Não vejo como isso possa prejudicar os trabalhos da CPI”, garantiu.

O relator afirmou ainda a necessidade de se investigar o que ocorreu no acordo de delação premiada dos executivos da JBS: “não é retaliação. Essa investigação não estava acontecendo. Pedimos abertura da CPI quando o Ministério Público se recusava a investigar a si mesmo. Precisa ser investigado, é obvio que nesse mato tem coelho. É obvio que relação da Procuradoria e JBS não começou como afirma o procurador. Óbvio que o pessoal foi orientado a fazer gravação. Pode ficar revelado coisa que é gravíssima”.

Linha de frente de Temer, Marun ainda defendeu que a mala com R$ 500 mil flagrada com Rodrigo Rocha Loures não era para o presidente e ironizou dizendo que seu filho conseguiria seguir a mala: “a mala não chegou onde queriam que chegasse. A Polícia Federal perde a mala? Isso é ridículo, pouca gente acreditaria nisso”.

Confira a entrevista completa:

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