Após massacre em Altamira, força-tarefa federal vai atuar em presídios do Pará por 30 dias

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2019 06h44 - Atualizado em 31/07/2019 06h45
Reprodução O governador Helder Barbalho informou que o governo vai destravar as obras de cinco novos presídios; unidades devem abrir mais de 2 mil vagas ainda em 2019

O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou a atuação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no Pará depois que confrontos deixaram 57 mortos em um presídio do Estado. O grupo vai participar de atividades de guarda, vigilância e custódia de presos por 30 dias.

Os detentos que participaram do confronto no Centro de Recuperação Regional de Altamira deixaram a cidade na terça-feira (31).

O governo determinou a transferência de 46 presos, com objetivo de tirar do mesmo ambiente integrantes de grupos rivais. De acordo com o governador Helder Barbalho os presos foram levados para Belém antes de serem encaminhados aos presídios.

Helder Barbalho também informou que o governo vai destravar as obras de cinco novos presídios, que devem abrir mais de duas mil vagas até o final de 2019.

Além dessas medidas, o governado do Pará dará posse a 485 agentes penitenciários no próximo sábado (3). A nomeação faz parte das ações para melhorar a gestão e segurança nos presídios do Estado, determinadas pelo Executivo.

Ao ser perguntado sobre reforçar a segurança na unidade prisional depois do confronto, o presidente Jair Bolsonaro disse para “perguntar às vítimas que morreram o que eles acham.”

A briga desta segunda-feira (29), que terminou com 57 mortos, envolveu as facções Comando Vermelho e Comando Classe A. O confronto foi resultado de disputas de território dentro da unidade prisional.

Entenda o caso

Perto das cinco horas da manhã desta segunda-feira, líderes do Comando Classe A colocaram fogo em uma cela de integrantes do Comando Vermelho.

Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, a unidade tem estrutura de alvenaria e por isso, as chamas se alastraram rapidamente.

Dos 57 mortos, 16 detentos foram decapitados e 41 morreram por asfixia causada pela fumaça do fogo. Os presos que iniciaram a briga não fizeram uso de arma de fogo, apenas facas improvisadas.

Pelo menos 10 corpos já foram reconhecidos por familiares e liberados pelo Instituto Médico Legal de Altamira.

Este já é o maior massacre em prisões do ano de 2019 e o segundo maior da história, atrás somente do Carandiru.

*Com informações da repórter Nanny Cox

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.