Militar preso com drogas já fez quase 30 viagens; algumas com Bolsonaro e Temer

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2019 06h37 - Atualizado em 27/06/2019 10h12
ESTADÃO CONTEÚDO RENATO PADILHA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O ministério da Defesa já anunciou a abertura de um inquérito policial militar sobre o caso

O sargento da Aeronáutica, Manoel Silva Rodrigues, preso nesta quarta-feira (26) em Sevilha, na Espanha, transportando 39 kg de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já fez pelo menos 30 viagens pelo Brasil e exterior. O militar, que faz parte do grupo especiais da FAB e atua como comissário de bordo, já fez inclusive outras viagens presidenciais, não só para o atual chefe do executivo, Jair Bolsonaro (PSL), como também para o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Rodrigues embarcou em Brasília e só foi descoberto na Espanha, quando precisou passar pela alfândega levando uma maleta com 37 tijolos da droga. Ele voltaria ao Brasil no mesmo avião de Bolsonaro no próximo sábado (29), mas não fazia parte da equipe do presidente.

Pelo Twitter, Bolsonaro afirmou que exigiu “investigação imediata” e “punição severa” ao responsável. Segundo ele, “tamanho desrespeito ao nosso país não pode ser tolerado”. O sargento faz parte do grupo de trasportes.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, também comentou o caso. Ele negou problemas no controle de embarque na base área de Brasília. “Não houve falha na segurança, ela não era a aeronave presidencial e sim via apoio”, explicou.

Mouão defendeu a “punição rigorosa” do sargento depois da devida investigação. Segundo ele, essa questão do tráfico de drogas atinge a população como um todo e as Forças Armadas, infelizmente, também não estão imunes.

Ainda de acordo com ele, o militar brasileiro deve ter sido usado por algum esquema internacional de tráfico de drogas. “Agora é investigação. Porque é obvio que, pela quantidade de drogas que o cara estava levando, ele não comprou na esquina e levou, né. Ele estava trabalhando como mula e uma mula qualificada“, disse.

O ministério da Defesa já anunciou a abertura de um inquérito policial militar.

 

*Com informações da repórter Luciana Verdolin 

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