Ministério da Agricultura quer evitar prejuízos a produtores de leite e vinho após acordo Mercosul-UE

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2019 08h20 - Atualizado em 04/07/2019 10h48
Wilson Dias/Agência Brasil Tereza Cristina Para Tereza Cristina, dificuldades impostas pela França são medo de competição

Com o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, o governo prepara políticas de incentivo para o setor de leite e vinho. De acordo com o Ministério da Agricultura, um fundo será criado para financiar a modernização da indústria de vinhos e espumantes.

A ideia é arrecadar dinheiro a partir do Imposto Sobre Produto Industrializado e dar condições para que os brasileiros se posicionem diante da entrada do produto europeu. Os lácteos preocupam mais a Pasta porque já enfrentam competição dentro do Mercosul, com os produtores argentinos.

A ministra da Agricultura não especificou os planos do governo para esse setor, mas reforçou a necessidade de organizar a cadeia. Segundo Tereza Cristina, é necessário colocar todos os 1 milhão e 200 mil produtores rurais no mesmo patamar de qualidade. “Quem tá preocupado é o produtor rural. Esse nós temos que fazer uma arrumação interna, aqui dentro, e achar políticas públicas para que eles fiquem realmente competitivos e que a indústria possa processar, agregar valor ao leite, para poder exportar e pagar melhor o produtor rural”, disse.

A ministra acredita que o acordo vai trazer a oportunidade de modernização da agropecuária e a possibilidade de atuação em novos nichos de mercado.

Tereza Cristina completou que as dificuldades impostas pela França são resultado do medo da competição. “O francês ele tem a parte agrícola muito protegida, e ele teme a entrada do Brasil no seu mercado. Mas assim como nós vamos ter que ter alguma adaptação, eles também vão ter. Existe um protecionismo na Europa em torno da carne bovina, do açúcar, etanol…”

Se o acordo for aprovado pelo Parlamento Europeu, 82% das exportações agrícolas brasileiras entrarão com tarifa 0 em até 10 anos.

Frango

Durante uma coletiva de imprensa, a ministra da Agricultura aproveitou para esclarecer a devolução pelo Reino Unido de 17 contêiners com frango brasileiro que continham salmonella. Ela minimizou o ocorrido e afirmou que apenas dois tipos da bactéria no carregamento eram nocivos à saúde humana, e completou que a carne cozida, frita ou assada não representa riscos.

Outro contêiner também retornou ao Brasil porque chegou no continente com a refrigeração inadequada. As devoluções foram feitas entre abril de 2017 e novembro de 2018.

*Com informações da repórter Nanny Cox

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.