Ministério Público questiona ação da GCM na cracolândia

  • Por Jovem Pan
  • 22/05/2018 08h04 - Atualizado em 22/05/2018 08h13
ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO Guarda Civil Metropolitana (GCM) cerca usuários de crack na região da Cracolândia em 29 de março

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito contra a Prefeitura da Capital questionando a ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na Cracolândia.

A promotoria, por enquanto, fez apenas uma recomendação à administração municipal para que a GCM mude algumas das posturas adotadas.

O MP diz que o órgão está promovendo revistas em massa sem nenhum tipo de suspeita, inclusive com o uso de golpes de cassetete.

O promotor Arthur Pinto Filho afirma que os próprios oficiais da Guarda Civil Metropolitana confundem o papel da tropa.

“Há uma incompreensão da GCM acerca de seu próprio papel. Próceres da GCM nos falaram que, para eles, não havia diferença nenhuma entre a PM e a CGM”, disse Pinto Filho. “E desse equívoco deriva a atuação equivocada na cracolândia”.

O secretário municipal de governo de São Paulo, que coordena o programa Redenção, diz que há, de fato, revistas sendo realizadas pela GCM.

Júlio Semeghini afirma, por outro lado, que a guarda pode atuar dessa maneira em algumas condições específicas e que está conversando com o MP.

“A GCM fazer num processo específico, planejado, abordagens individuais em que ela vê pessoas com mochilas ou caixas que possam estar sendo utilizadas para a venda da droga, é possível sim (a revista)”, disse.

“Nós já estamos conversando bastante internamente com nossos procuradores, que garantem que isso é um papel previsto e responsabilidade de nossa GCM e nós estamos conversando com o Ministério Público”, afirmou.

O Ministério Público está avaliando os esclarecimentos enviados pela Prefeitura.

Se não for o caso, o MP poderá ingressar com ação civil pública contra o município e contra agentes que estejam descumprindo as normas.

As informações são do repórter Tiago Muniz ao Jornal da Manhã:

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