Ministro: Líderes de rebelião em Manaus serão transferidos para presídios federais

  • Por Jovem Pan
  • 03/01/2017 07h48
AM - REBELIÃO-COMPAJ-MANAUS - GERAL - Fachada do complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus (AM), após a Rebelião com 56 mortos(numero oficial), na tarde desta segunda(2). Esse é a maior massacre do Amazonas e o segundo maior do Brasil após o Massacre do Carandiru. 02/01/2017 - Foto: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Edmar Barros/Estadão Conteúdo compaj - ae

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou em entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (02), em Manaus (AM), que os líderes das facções que comandaram a rebelião que deixou 56 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim serão transferidos para presídios federais logo que forem identificados.

Moraes disse que existe uma força-tarefa trabalhando para que “num rápido espaço de tempo e dentro da lei, possamos apresentar ao Ministério da Justiça o nome dos presos que têm que sair daqui e serem transferidos para presídios de segurança máxima. E que possamos fazer o trabalho que precisamos fazer dentro das penitenciárias”.

O ministro informou ainda a liberação, na semana passada, R$ 45 milhões para a criação de 5.830 novas vagas no sistema penitenciário do Amazonas. O montante também seria utilizado para adquirir equipamentos de infraestrutura, armamento e scanners de revista pessoal.

Alexandre de Moraes anunciou ainda que, em 2017, 30% dos presídios em todos os Estados serão equipados com bloqueadores de celulares para evitar o contato entre líderes de facções presos e membros do lado de fora das penitenciárias.

“A questão penitenciária é absoluta prioridade do governo Michel Temer. Isso (novas vagas) deve solucionar esta superlotação que há, infelizmente, em todos os Estados. Aí passaremos para um segundo ponto: a separação em presídios em virtude da gravidade do crime e reincidência. A Constituição determina isso desde 1988, mas não foi realizado em virtude da falta de recurso”, disse.
Massacre no Amazonas

As 56 mortes de detentos confirmadas até agora no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, já fazem do episódio o segundo no país em número de mortos no sistema prisional, atrás apenas do Massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela polícia.

Repercussão internacional

O massacre que deixou 60 mortos em penitenciária de Manaus, no Amazonas, nesta segunda-feira (02) repercutiu em todo o mundo. O americano The New York Times destacou na homepage de seu site a notícia, enfatizando que as facções rivais travam disputa pelo controle do tráfico de cocaína na Amazônia brasileira. “Rebeliões em prisões brasileiras são comuns”, diz a reportagem. “Mas o episódio de Manaus, que incluiu corpos decapitados atirados contra os muros da penitenciária, está entre os mais sangrentos das últimas décadas.” O jornal americano também lembrou que a prisão tinha três vezes mais detentos do que sua capacidade.

Terceira rebelião em menos de 24h

Os presos do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) realizaram uma nova rebelião em Manaus. A informação foi confirmada por Glen Freitas, membro do Conselho de Direitos Humanos da OAB durante o programa Radioatividade desta segunda-feira (02). Essa é a terceira em menos de 24 horas na capital do Amazonas.

*Com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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