Moreira: Bolsonaro e Guedes quase atrapalharam Previdência, mas Câmara liderou debate

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2019 10h24 - Atualizado em 18/07/2019 11h19
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Relator criticou postura do presidente ao indicar filho para embaixada durante a votação da reforma

O relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP), criticou, nesta quinta-feira (18), a postura do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a tramitação da proposta neste primeiro semestre do ano. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele disse que foi preciso “andar com tambores de água o tempo todo” para “apagar os incêndios” causados pelo governo.

Como exemplos, ele citou o momento em que Guedes ficou descontente com o relatório apresentado por ele na Comissão Especial, que retirava o projeto capitalização do texto, e a indicação do filho de Bolsonaro, Eduardo, para ser embaixador. “Teve momentos em que tivemos, eu precisei andar com tambor de água o tempo todo para apagar incêndios. Não foram poucos momentos, inclusive o próprio ministro deveria reconhecer que em algum momento exagerou e criou problemas, o presidente também, que no meio da votação anunciou que iria indicar o filho para a embaixada dos Brasil nos Estados Unidos… Essas coisas viram debate, discussão no meio da reforma, e nós tivemos que conter e evitar”, contou.

Para Moreira, o ideal é que o governo ajude sem se impor mas, “se puder não atrapalhar, melhor ainda”. Ele acredita que esses momentos não foram “procedimentos prudentes em meio a reforma que é tão importante para o país.”

O relator disse que entende que o debate foi liderado pela Câmara, o que considera um ponto positivo. “Quando o governo exerce influência muito grande e mão muito pesada, acaba impondo o ritmo, a pauta e a agenda, o que dificulta a participação dos deputados.”

Moreira ressaltou, ainda, a importância do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na liderança da tramitação. “A Câmara está muito empenhada e não faltará ao Brasil nesse momento. As coisas caminharam assim: a Câmara liderando e o governo se dando ao lux de criar alguns problemas, mas que não abalaram a reforma”, terminou.

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