MPF cobra explicações sobre condições de abrigos que acolhem venezuelanos em SP

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2018 07h51 - Atualizado em 21/06/2018 09h22
Marcelo Camargo/Agência Brasil Enquanto isso, em Boa Vista, centenas de venezuelanos seguem em abrigos ou até mesmo nas ruas

O Ministério Público Federal cobrou explicações sobre as condições dos abrigos que acolheram os venezuelanos em São Paulo.

Segundo o órgão, há relatos de descaso no suporte necessário aos estrangeiros, que têm enfrentado desrespeito a direitos básicos e dificuldades de adaptação na capital paulista.

Até o momento, 212 venezuelanos foram alojados nos centros temporários de acolhimento de São Mateus, Butantã e Penha. De acordo com o que foi relatado ao MPF, os abrigos estariam restringindo os horários de alimentação, o acesso a equipamentos como computador, máquina de lavar e até mesmo o direito dos imigrantes de se reunirem e conversarem.

Além das condições dos alojamentos, os cursos de português oferecidos aos estrangeiros estariam sendo ministrados em locais distantes dos CTAs, dificultando a frequência.

A procuradora Priscila Costa Schreiner afirmou que a explicação foi solicitada para garantir que os venezuelanos tenham o tratamento humanitário adequado e que sejam incluídos socialmente.

A secretária Municipal de Direitos Humanos, Eloisa Arruda, rebateu as reclamações sobre a distância dos locais onde estão sendo oferecidas as aulas de português.

O MPF também solicitou informações às Secretarias de Saúde, municipal e estadual, e cobrou quais as providências que os órgãos tomariam diante da possibilidade de um surto de poliomielite, no Brasil, devido ao fluxo migratório dos venezuelanos.

Por fim, a Procuradoria também cobrou do Ministério da Justiça informações sobre as medidas de acolhimento desses imigrantes e a quantidade, atualizada, de pessoas que já teriam cruzado a fronteira entre os dois países.

Todos os órgãos terão o prazo de 10 dias úteis, a partir do recebimento dos ofícios, para enviar as respostas ao MPF.

*Informações da repórter Natacha Mazzaro

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