Na contramão da novidade dos carros elétricos, países da OPEP estimam alta na demanda por petróleo

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 24/09/2018 09h34
EFE/Barbara Gindl A OPEP também projeta que até o mesmo ano a quantidade de veículos nas ruas ao redor do planeta salte para 2,4 bilhões

Os carros híbridos e elétricos aos poucos vão tomando as ruas da Europa e começam a ganhar mais espaço nos Estados Unidos.

Apesar disso, engana-se quem acha que a produção de petróleo será afetada por esta tendência contrária aos motores de combustão.

Os países da OPEP seguem otimistas sobre a relevância da sua commoditie nos próximos anos. Os maiores produtores do combustível estimam que, na verdade, a demanda por petróleo crescerá significativamente nos próximos cinco anos. E quem deve puxar essa alta é o setor de aviação.

O relatório anual da entidade aponta que China e Índia vão puxar o consumo de petróleo, que deve chegar a 112 milhões de barris por dia até o ano de 2040; atualmente está em cerca de 100 milhões.

A OPEP também projeta que até o mesmo ano a quantidade de veículos nas ruas ao redor do planeta salte para 2,4 bilhões. Desse total, somente 320 milhões serão movidos por motores elétricos.

A demanda por energia renovável no planeta vai crescer até 2040, segue o relatório da organização, mas ficará em apenas 20% do consumo total.

O fato é que o cartel segue ganhando como nunca – o preço do barril de petróleo subiu mais de 50% nos últimos dois anos e segue na casa dos 80 dólares – o que tem pressionado o preço dos derivados, sobretudo a gasolina e o diesel, como os motoristas bem sabem ai no Brasil. E este cenário não deve mudar tão cedo, com alguns especialistas já antecipando alta contínua nos preços do combustível nos próximos anos, até que o pico de consumo global seja atingido na próxima década.

Ruim para quem precisa abastecer o carro, péssimo para os ambientalistas, mas algum consolo para quem ainda acredita que o pré-sal pode trazer dividendos de peso para a sociedade brasileira.

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