‘Não surpreende’, diz procuradora da Lava Jato sobre críticas da OAB a lei anticrime

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2019 11h36 - Atualizado em 07/02/2019 11h44
Rovena Rosa/Agência Brasil

Em entrevista ao Jornal da Manhã nesta quinta (7), a procuradora da República Thaméa Danelon disse não se surpreender com as críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao pacote de leis anticrime proposto pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, fez críticas à Lava Jato e ao projeto que Moro enviará ao Congresso nos próximos dias. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o advogado afirmou que as prisões de políticos geram “apagão das canetas diante da insegurança jurídica”.

“Não me surpreende esse tipo de posicionamento da OAB nessa questão. Quando apresentamos as 10 medidas contra a corrupção no Congresso, eles também foram contra e não apresentaram outras propostas”, disse Danelon. “Não há insegurança jurídica nesse caso. O que causa insegurança é a corrupção”.

A procuradora comanda os trabalhos da Operação Lava Jato em São Paulo desde novembro do ano passado.

 

Marinha

Na manhã desta quinta (7), a Polícia Federal de São Paulo cumpriu três mandados de busca e apreensão no curso da investigação do Ministério Público Federal sobre fraudes na Marinha. Um servidor do órgão e um engenheiro são suspeitos de cobrança de propina em contratos para a construção de um submarino.

Segundo Danelon, os engenheiros responsáveis pelos contratos teriam exigido propina de R$12 milhões de uma empresa austríaca que fornecia peças à Marinha. A investigação constatou que R$3 milhões foram pagos de fato ao centro técnico do órgão. “Um deles tinha conta na Suíça e foi constatado que ele recebeu valores indevidos”, disse a procuradora.

A empresa, então, firmou um acordo de leniência com o MPF e com a Controladoria Geral da União para contribuir com o inquérito.

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