PCC aliciava novos integrantes em troca de ajuda financeira, diz polícia; 36 foram presos

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2019 07h14 - Atualizado em 04/07/2019 10h53
Agência Brasil polícia civil Segundo a polícia, essa foi apenas a primeira parte da investigação

Integrantes do PCC foram alvos de uma operação da Polícia Civil de São Paulo nesta quarta-feira (3). A ação, batizada de Operação Welfare , foi iniciada em Presidente Prudente com o objetivo de desarticular uma célula da facção criminosa responsável por usar o dinheiro do tráfico de drogas para captar novos integrantes. 36 pessoas foram presas; vinte eram mulheres.

A investigação encontrou um grupo que aliciava novos integrantes para a organização criminosa em troca de ajuda financeira. O PCC oferecia, por exemplo, transporte para familiares de presos, pagamento de despesas médicas ou alugueis e até funerais.  Em troca, as pessoas beneficiadas forneciam dados pessoais e contas bancárias para a lavagem de dinheiro.

O delegado Pablo Rodrigo França, titular da Delegacia de Investigações Gerais de Presidente Prudente, explica que as pessoas que ofereciam as contas bancárias eram de confiança, indicadas por integrantes da facção. “As pessoas que emprestam as contas, elas tem um salário da facção. Elas procuram a facção, cedem as compras e recebem mensalmente o valor. Essas pessoas tem esse benefício fixo na certeza, até então, da impunidade. Porque o máximo que acontecia era, no sistema de segurança bancário, se houvesse alguma suspeita, o bloqueio da conta”, disse.

Segundo as investigações, essa célula do PCC, denominada “Sintonia de Ajuda”, existiria desde 2013, movimentando cerca de R$ 280 mil mensais.

França ressalta quais seriam as vantagens oferecidas para as pessoas envolvidas no esquema criminoso “Para os ajudados, é uma ajuda muito simples, já que naquele momento eles podem estar com uma necessidade imperiosa. Então são pessoas que precisam de um tratamento dentário de mil reais de uma filha, por exemplo, e tem que pagar para consertar o dente. Então é uma saída muito rápida e, para a facção, muito barata. Você paga mil reais para uma pessoa que vai prestar todos os serviços quando eu pedir”, explica.

A polícia acredita que o serviço auxiliava a facção criminosa a lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas e que o esquema beneficiava centenas de pessoas.

Segundo o delegado, esta foi a primeira fase da operação Welfare. A investigação começou há seis meses e foi realizada em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária e do Ministério Público.

*Com informações da repórter Natacha Mazzaro

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