Com mais autoridades entre alvos, PF vai preservar material hackeado até decisão da justiça

  • Por Jovem Pan
  • 26/07/2019 06h13 - Atualizado em 26/07/2019 06h13
GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também está na lista das autoridades que tiveram os celulares invadidos

O presidente da Câmara Rodrigo Maia, o presidente do Senado Davi Alcolumbre, a Procuradora-Geral da República Raquel Dodge e o presidente do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha. Todos eles estão na lista dos que tiveram os celulares hackeados, de acordo com a Polícia Federal. O órgão ainda informa que mais de mil pessoas podem ter sido alvos do ataque cibernético.

Em nota, o presidente do STJ disse que está “tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram.” Já o da Câmara Rodrigo Maia afirma que não utiliza o aplicativo Telegram e teve conhecimento do suposto hackeamento pela imprensa.

Davi Alcolumbre se diz tranquilo, porém indignado com a invasão de privacidade, que nas palavras dele “representam uma afronta aos Poderes da República e à população brasileira.” O senador ainda destaca que a ação indevida de hackers leva à produção de fake news, citando a criação da CPMI que pretende investigar notícias falsas.

No Congresso, governistas avaliam que o impacto dos últimos acontecimentos pode ser positivo para a imagem do ministro da Justiça, Sergio Moro. O deputado Capitão Augusto (PL) acredita que a operação da Polícia Federal vai esvaziar o discurso da oposição.

Por outro lado, o deputado Júlio Delgado (PSB) pondera que a origem dos vazamentos e a ação dos hackers têm que ser investigadas, mas isso não invalida o teor das supostas mensagens já divulgadas.

O tema pode fazer avançar na Câmara uma PEC já aprovada pelo Senado que insere a proteção de dados pessoais no rol de garantias individuais da Constituição. O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL) pretende pautar a matéria.

Em nota, a Polícia Federal afirma que as investigações não têm como objeto a análise das mensagens supostamente retiradas dos celulares invadidos. Ainda segundo a PF, o conteúdo de quaisquer mensagens será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal, cabendo à justiça definir o destino do material.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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