Policia Civil prende lideranças de movimentos sociais acusadas de extorsão de moradores

  • Por Jovem Pan
  • 25/06/2019 11h19
Leon Rodrigues/SECOM Duas pessoas que ainda não foram localizadas são líderes do Movimento de Luta Social, que coordenava a ocupação do edifício Wilton Paes de Almeida

A Polícia Civil de São Paulo prendeu temporariamente nesta segunda-feira (24) quatro líderes de movimentos sociais por moradia na capital. A operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais faz parte de uma investigação que apura supostas cobranças indevidas de aluguéis em ocupações.

Os líderes são acusados de extorquir moradores, que pagavam de R$ 200 a R$ 400 de mensalidade. Segunda a Polícia, o dinheiro arrecadado era desviado e não estava sendo utilizado para manutenção e benfeitorias nas ocupações.

Os investigadores ainda afirmam que as lideranças intimidavam moradores ao pagamento, inclusive com agressões físicas.

O delegado responsável pelo caso, André Figueiredo, afirma que a Polícia a investigação é baseada em denúncias anônimas, testemunhos de 13 pessoas e interceptações telefônicas.

“O que foi focalizado é uma parcela, algumas pessoas, que estavam utilizando o movimento para desvio de dinheiro”.

Outros cinco mandado de prisão contra lideranças de movimentos foram expedidos, mas os suspeitos ainda não foram localizados. Dois deles, Hamilton Coelho Resende e Ananias Pereira dos Santos, seriam líderes do Movimento de Luta Social, que coordenava a ocupação do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em maio do ano passado.

Ao todo a Polícia Civil pediu a prisão de 17 pessoas, mas apenas 9 foram autorizadas pela Justiça.

Entre os presos nesta segunda-feira estão: Edinalva Franco Pereira e Angélica dos Santos Lima, do movimento Moradia Para Todos, além de Janice Ferreira Silva, também conhecida como Preta e Sidney Ferreira Silva, do Movimento Sem Teto do Centro.

O advogado de Janice e Sidney, Ariel de Castro, afirma que as prisões configuram uma criminalização dos movimentos sociais, que não tem nenhuma relação com a queda do Wilton Paes de Almeida.

“Nós estamos defendendo os demais movimentos de moradia, que nós entendemos que são pessoas sérias. Nós até agora sequer tivemos acesso total aos autos, nem sabemos quem são exatamente essas pessoas que depuseram e denunciaram extorsões”.

O inquérito do Deic que investiga as cobranças de aluguel teve início após denúncias anônimas motivadas pela queda do edifício Wilton Paes de Almeida. O prédio no centro da capital paulista desabou no dia 1 de maio de 2018, deixando 7 pessoas mortas.

*Com informações da repórter Victoria Abel

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