Políticos britânicos querem postergar Brexit, mas May é contra solução paliativa

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 09/01/2019 09h19
Will Oliver/EFE Theresa May O custo político da decisão, no entanto, será alto. Parece inevitável que os britânicos voltem às urnas muito em breve

A primeira-ministra britânica, Theresa May, sofreu uma dura derrota no Parlamento nesta terça-feira (08) que indica a situação caótica que o Reino Unido se encontra. Parlamentares do partido dela e da oposição se uniram para bloquear novos gastos com preparativos para um divórcio sem acordo da União Europeia.

A Câmara dos Comuns deixou claro que não irá aceitar a separação litigiosa do bloco, o que praticamente todos concordam que seria o pior cenário possível para os britânicos. O problema é que já está claro que os parlamentares não vão aprovar o acordo firmado por Theresa May com a União Europeia.

A própria primeira-ministra reconhece que irá perder a votação marcada para a semana que vem.

Diante do impasse no parlamento, tem ganhado força nos últimos dias uma opção bastante heterodoxa. Os políticos britânicos falam em estender o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que trata da desfiliação de membros do bloco.

Na prática, o plano é postergar a separação, marcada para 29 de março. Theresa May diz publicamente que é contra a extensão. Mas os rumores apontam que tanto o governo britânico, quando os burocratas europeus já se preparam para a solução paliativa, que precisaria ser aprovada por todos os outros 27 integrantes da União Europeia.

O custo político da decisão, no entanto, será alto. Parece inevitável que os britânicos voltem às urnas muito em breve. Seja para escolher um novo governo ou para repensar a decisão do referendo. Quem sabe até para fazer os dois num golpe duríssimo para a auto-estima da Grã Bretanha.

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