Porta-voz dos Bombeiros diz ser ‘precipitado’ falar em encerramento de buscas em Brumadinho

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2019 10h03
Ramon Bittencourt/Estadão Conteúdo Tenente Pedro Aihara, porta-voz do Bombeiros, mostra a sala de comando onde são recebidos dados de resgates, região de localização de corpos e aonde atuam os militares envolvidos nas buscas

No 12º dia após o rompimento da barragem em Brumadinho, em Minas Gerais, as buscas por vítimas continuam, mas as chances de serem encontradas pessoas com vida diminuem. Até o momento, 120 mortos foram identificados e 199 pessoas permanecem desaparecidas; foram localizadas 384 pessoas.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas, tenente Pedro Aihara, admitiu que “fica quase impossível” fazer o resgate de 100% dos corpos ainda desaparecidos por conta do estado de putrefação da matéria orgânica, mas evitou dar uma data para encerramento das buscas. Ele reconheceu que o momento vai chegar, mas que ainda é muito precipitado falar sobre o assunto.

“Maior esforço que a gente faz é saber que do nosso trabalho dependem a questão da tranquilidade e conforto das famílias”, disse ao entender que o ideal seria a entrega de sobreviventes às suas famílias e não corpos.

Hoje, o efetivo de buscas conta com 412 bombeiros lançados no terreno, cerca de 200 outros, militares de outros Estados, 64 agentes da Força Nacional e 40 bombeiros voluntários que são coordenados pela equipe mineira. Além dos agentes, a equipe passa a usar maquinários pesados.

“São 25 máquinas para remover a lama, retroescavadeiras, pás, caminhões, veículo anfíbio para que a gente consiga fazer uma remoção de lama maior. Hoje a lama permite a utilização desse maquinário. Sobre a localização de corpos, continuaremos encontrando corpos, mas a frequência vai diminuindo. Precisa de trabalho mais meticuloso. Esse trabalho demanda mais tempo e esforço”, explicou.

Segundo Aihara, o “número de corpos encontrados irá aumentar por conta das escavações na lama, mas a frequência da localização tende a diminuir um pouco”.

Ele esclareceu que “em algumas situações específicas a gente consegue fazer o resgate mesmo com o avanço do tempo maior”, porém, para os corpos em contato direto com a lama, o processo de decomposição é acelerado. “Considerando o fator tempo a gente disponibiliza um efetivo grande”, ponderou.

Confira a entrevista completa com o tenente do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Pedro Aihara:

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