Prédio desaba após incêndio no centro de SP; governador diz que acidente era “mais ou menos previsível”

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2018 06h18 - Atualizado em 01/05/2018 09h26
Fernando Martins/Jovem Pan Ao menos uma pessoa morreu e quatro seguem desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros

Um edifício de 24 andares desmoronou após um incêndio de grandes proporções no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, por volta das 02h20 desta terça-feira (1º). O fogo se alastrou para um prédio comercial vizinho, que está com o fogo quase extinto.

Ao menos uma pessoa morreu e quatro seguem desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros.

O prédio era a antiga sede da Polícia Federal que estava desativada e havia sido ocupada irregularmente. Não há informações confirmadas sobre a causa do acidente, e nem detalhes sobre o estado de saúde dos feridos.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o governador Márcio França (PSB), que está no local, disse que “a atuação dos Bombeiros e da Defesa Civil foi impecável” e que conseguiu-se “evitar uma tragédia maior”.

“Famílias jogavam lixo pelo poço do elevador. Incêndio mais ou menos previsível nesta situação. Não sabemos quantas vítimas estão nos escombros, trabalho de três dias, não é simples. Sempre lamentável que a gente tenha essa situação, precisamos criar políticas públicas de retirar famílias daí”, disse o pessebista.

Ainda não se sabe qual o destino das famílias que ocupavam o edifício que desabou, e, segundo o governador paulista, o município segue na procura de locais de abrigo. “Sei que pessoas estão desesperadas em busca de residência, mas essa solução não dá. Bombeiros tinham notificado as pessoas, sabiam quem eram as pessoas, é tragédia lamentável. Neste momento é cuidar dos que sobreviveram e evitar que aconteça de novo esse mesmo caso”, afirmou.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o edifício abrigava mais de 70 famílias, mas a maioria delas estava do lado de fora no momento do desabamento. Segundo moradores, ao menos quatro pessoas estão desaparecidas.

Testemunhas afirmam ainda que escutaram um estrondo alto, mas moradores negam que um botijão de gás tenha explodido, já que seu uso era proibido pelas normas internas da ocupação do prédio.

Foram enviadas 57 viaturas para combate às chamas. A Avenida Rio Branco segue interditada entre o Largo do Paissandu e a Avenida Ipiranga.

De acordo com o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel José Roberto, o prédio, que era da Polícia Federal, já vinha sendo tratado para ser adquirido pela Secretaria de Habitação da Prefeitura paulistana.

Os Bombeiros, por volta das 09h10, seguiam trabalhando no rescaldo do incêndio e prédios ao redor foram evacuados. “Engenheiros das prefeituras regionais vêm para cá para fazer avaliação criteriosa prédio a prédio”, disse.

Sobre rachaduras em prédios próximos, o secretário afirmou que os engenheiros avaliarão e, se houver risco, serão tomadas as medidas necessárias para que o prédio seja interditado e até mesmo derrubado.

Bruno Covas: Prefeitura não poderia pedir reintegração de edifício que desmoronou após incêndio

Em entrevista a jornalistas, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) afirmou que a Prefeitura está “à disposição para ajudar no que for possível”.

Questionado se as famílias poderiam ser retiradas da ocupação irregular, o tucano disse que “a Prefeitura fez o limite do que poderia fazer”.

“Era cadastrar as famílias, 25% delas de estrangeiros, mas não pode obrigar a saírem e nem pedir reintegração. O prédio é da União. A gente estava assumindo a responsabilidade porque a Prefeitura não quer se omitir em problemas como esse (…) Após esse incidente, a Secretaria de Assistência já recepcionou 191 pessoas, que são encaminhadas a abrigos da Prefeitura. A gente tenta impedir e desestimular as invasões, mas não pode pedir a reintegração quando a propriedade do terreno não é nossa”, disse o prefeito.

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