Presidente da CCJ admite que Governo pode vencer em plenário: “quórum difícil de alcançar”

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2017 10h21 - Atualizado em 14/07/2017 10h22
LUCIO BERNARDO JR /Agência Câmara “É um quórum difícil de ser alcançado, e a decisão tida na CCJ é um indicativo de que os 342 votos não devem ser alcançados em plenário”, disse

O Governo conseguiu uma vitória na noite desta quinta-feira (13) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Por 41 votos a favor do arquivamento da denúncia contra Michel Temer contra 24 pela admissibilidade da denúncia, o relatório alternativo de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) é o que vai a plenário. A vitória do relatório do tucano deu-se após o parecer de Sergio Zveiter ser rejeitado na CCJ.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o presidente da Comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) afirmou que foi por causa do “troca-troca” que o Governo obteve a vitória.

“Tenho posição em relação a isso e acho inadequado. Não seria ético. Imagina um deputado que está na CCJ todo dia, é relator de diversas matérias e por conta de um tema é substituído”, criticou.

Entretanto, Pacheco ressaltou sua aposta para o plenário e disse não acreditar que ao menos 342 deputados autorizem o processamento criminal do presidente Temer. “É um quórum difícil de ser alcançado, e a decisão tida na CCJ é um indicativo de que os 342 votos não devem ser alcançados em plenário”, disse.

O parecer agora segue para o plenário da Câmara como uma orientação aos deputados. Os parlamentares ainda votarão “sim” pela admissibilidade da denúncia e “não” para que esta seja arquivada. “Se tiver 342 votos que digam ‘não’ ao parecer, aí a denúncia prossegue”, completou Pacheco.

Questionado se votaria no plenário, Rodrigo Pacheco revelou ainda não ter decidido. “Houve questões de ordem dos deputados Paulo Teixeira (PT) e Afonso Motta (PDT) dizendo que era bom ter abstenção do presidente da CCJ como há na Câmara. Nunca me abstive em votação nenhuma, mas com a perspectiva de duas novas denúncias, votar de um lado ou de outro pode gerar alguma contaminação. Estou refletindo a respeito disso. Como sou presidente da Comissão, talvez seja recomendável a abstenção”, finalizou.

Confira a entrevista completa:

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