Presidente do PMDB admite que Michel Temer já monta ministério

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2016 09h51
Brasília - Vice-presidente Michel Temer fala sobra gravação feita por ele e divulgada hoje (11), na qual apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 11/04/16 Michel Temer

 O presidente nacional do PMDB admite que Michel Temer já monta ministério e dirigentes do partido rebatem críticas de Dilma Rousseff e do PT. Na quarta (20), o vice-presidente continuou recebendo aliados em São Paulo para reuniões a portas fechadas sem ninguém dizer muito sobre os encontros. Os ex-ministros Eliseu Padilha, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, além do presidente do PMDB, senador Romero Jucá, foram ao escritório de Temer.

Jucá admitiu que o vice-presidente já está montando o ministério caso a presidente Dilma Rousseff seja efetivamente afastada: “É uma espera silenciosa da manifestação. Não é uma espera paralisante, ele está atuando, com a experiência que ele tem, com a bagagem, com a condição de jurista que tem, ele sabe seus limites, portanto ele vai pensar, vai conversar, vai ouvir, vai raciocinar, mas só vai divulgar alguma coisa quando juridicamente puder fazer isso, ou seja , depois da manifestação do Senado da República”.

Os visitantes da reunião decidiram também responder às críticas de Dilma Rousseff e do PT contra o vice-presidente Michel Temer. O ex-ministro da integração nacional, Geddel Vieira Lima, considera que a presidente está se fazendo de vítima: “A presidente Dilma tem que parar com essa história de se vitimizar e denegrir imagem do Brasil. A presidente Dilma tem que respeitar a Constituição, parar com essa conversa fiada de que houve golpe. Ela perdeu maioria no Congresso, teve 100 votos e quem consegue 100 votos numa votação importante dessa perdeu qualquer condição de governabilidade. O povo brasileiro precisa entender que houve sim crime de responsabilidade, ela feriu a Constituição, feriu a lei de responsabilidade fiscal e a Câmara dos Deputados já se manifestou”.

Lideranças do PMDB prometem conceder uma entrevista coletiva a veículos de imprensa estrangeiros na semana que vem em resposta à estratégia de Dilma.

Já o ex-ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha foi mais diplomático e disse que o PT age como se espera, ainda como governo: “A luta política é esperada. Neste momento o que melhor podemos fazer é observar e definir, porque nós ainda estamos vivendo o processo de impeachment, não temos certeza do que vai acontecer e tem que raciocinar como alguém que está fora do governo, e o governo tem que cumprir seu papel. O Lula fala em nome do governo”.

Quem comparece às reuniões na casa ou no escritório de Michel Temer pouco fala a respeito de nomes, enquanto os rumores são muitos. O secretário estadual da saúde de São Paulo, David Uip, responde a repórter Renata Perobelli, que qualquer mudança terá que passar pelo crivo de Alckmin: “Nem o doutor Temer e nenhum de seus enviados, em momento algum, me procuraram. Essa conversa que me honra muito passa primeiro pelo governador e pelo partido. Se tudo isso ocorrer, aí vai ter um posicionamento pessoal que envolve uma porção de fatos, inclusive ouvir a minha família”.

Durante o almoço, o vice-presidente Michel Temer recebeu em casa o ex-ministro da fazenda Antônio Delfim Netto. O economista negou que tenha sido convidado para um eventual ministério de Temer ao dizer que não tinha mais idade para isso.

Reportagem: Renata Perobelli e Tiago Muniz

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