Presidente do Senado diz que política de preços da Petrobras “está errada”

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2018 11h07 - Atualizado em 26/05/2018 11h17
Roque de Sá/Agência Senado Eunício Oliveira disse: "nós não podemos sair de uma crise e entrar em outra"

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan neste sábado (26), o presidente do Senado Eunício Oliveira  (MDB-CE) criticou a política de preços da Petrobras de variar o valor dos combustíveis de acordo com o dólar e as flutuações do mercado internacional.

Eunício discorda da solução votada pela Câmara na quarta (23), que votou o corte do PIS-Cofins para os combustíveis, mas não descarta colocar a matéria para ser votada no Senado caso haja consenso em relação ao projeto.

“Eu não tenho nenhuma objeção de colocar o projeto em pauta, mas acho que a política da Petrobras está errada ao vincular o combustível ao dólar”, criticou o presidente do Senado, alegando que “temos autossuficiência do petróleo”.

“Eu não tenho nenhuma dificuldade em pautar nenhuma matéria. Se essa (matéria votada na Câmara) fosse a solução, teria feito a reunião (de líderes) na quinta-feira à noite ou na sexta para aprovar a matéria em regime de urgência”, disse Eunício, que afirmou que vai permanecer na capital federal até a crise passar.

“Naquilo que depender do senado, nós vamos fazer”, garantiu. “Se houver uma definição de que esse projeto resolve e de que a área econômica participa dele, não tem nenhuma dificuldade. Eu, mais do que ninhgém, desejo que o Brasil volte à normalidade”, discursou.

Críticas ao projeto da Câmara

Apesar de se colocar à disposição, Eunício afirmou que foi “surpreendido” pela votação pautada pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara. O presidente do Senado afirmou que em reunião anterior, “em nenhum momento durante 1h30, 2h de conversa, nós tratamos sobre zerar PIS-Cofins”.

“Em relação à cide, houve uma negociação com o ministro da Fazenda (Eduardo Guardia), que disse ter suporte para não gerar nenhuma dificuldade”, afirmou também Eunício.

“Nós não podemos fazer protagonismo com irresponsabilidade”, alfinetou o senador. “Se há uma convergência de todos em votarmos o projeto, eu não tenho nenhuma dificuldade”.

O presidente do Senado vê perigos no projeto aprovado pela Câmara. “Não podemos mexer numa conta que vai mexer com saúde, educação, segurança pública em R$ 10, 12, 14 bilhões de reais”, declarou Eunício, lembrando que “há uma lei de responsabilidade fiscal”.

“Quem tem que nos dar os dados da arrecadação é o ministro da Fazenda, que está dizendo que não tem opções, tem que encontrar contrapartidas”, ponderou.

O emedebista postula: “nós não podemos sair de uma crise e entrar em outra”.

Segundo Eunício Oliveira, o que foi combinado com os líderes dos caminhoneiros era o encaminhamento para votação do PLC 121, que cria a política de preços mínimos no transporte de cargas, levando-se em conta a oscilação e a importância do valor do óleo diesel e dos pedágios na composição dos custos do frete.

“Eu fui lá (na reunião) para confirmar se eu pautaria o PLC 121, que tem objeções de setores da economia”, disse. “Eles (caminhoneiros) concordaram”, garantiu.

 

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