Pressionado, governo determina ações de combate a fogo na Amazônia

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2019 06h39 - Atualizado em 23/08/2019 09h51
Marcos Corrêa/PR Presidente da Câmara vê piora da imagem do Brasil no exterior

O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou, nesta quinta-feira (23), que o aumento das queimadas e do desmatamento na região amazônica é resultado do que chamou de “discurso permissivo” existente no país. Ele reconheceu houve uma alta significativa na derrubada da floresta em relação ao ano passado e sustenta que parte dos produtores rurais que infringem a lei acreditam que não serão punidos.

Sem fazer críticas, o governador rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre estados da região amazônica serem “coniventes” com as queimadas. “Estamos cobrando com muito rigor, inclusive aumentando esse trabalho de fiscalização, montamos já uma força-tarefa junto com o Ibama, com a polícia ambiental e outros órgãos do estado, também com as prefeituras, para identificar essas pessoas que estão fazendo essas queimadas de forma ilegal.”

“Hoje, o país vive um clima de um discurso de permissividade que é muito complicado, porque acaba fazendo com que as pessoas pensem que é tudo permitido”, continuou Lima.

Ele evita vincular o aumento da destruição da floresta às ações do governo federal, mas diz estar preocupado com o futuro da região após países europeus cancelarem repasses ao Fundo Amazônia. “Estamos, também, iniciando conversas com países como a França, estreitando relações com a Noruega e, se, em algum momento houver esse destrato por parte do governo federal ou não houver mais esse repasse dos recursos, que eles possam, de alguma forma, ser analisado para os estados”, disse.

Também na tentativa de encontrar soluções para as questões ambientais que cercam o governo Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que está em conversa com a bancada do agronegócio e a ministra a agricultura Tereza Cristina. Maia quer evitar que ruídos sobre um descuido com a preservação de florestas possa atrapalhar negociações de produtores, inclusive com parceiros internacionais.

O presidente da Câmara ainda levanta a possibilidade de diálogo direto com parlamentares europeus sobre o tema. “Então a gente vai fazer uma comissão para debater soluções que caibam ao parlamento, que caibam ao poder Executivo, a gente quer ajudar, colaborar, não estamos procurando culpados. Estamos querendo encontrar soluções já que o ambiente internacional em relação ao Brasil nesse tema parece que vem piorando. Vou marcar algumas visitas, se necessário for, a alguns parlamentos na Europa.

Após reunião com oito ministérios na noite desta quinta-feira (22), o governo determinou a adoção de medidas de combate a incêndios na Amazônia.

*Com informações da repórter Victoria Abel

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