Rave no Jockey Club deve atrapalhar sono e movimento de moradores da região

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2017 07h51
Brasil, São Paulo, SP. 05/04/2014. Jockey Club de São Paulo. O Hipódromo Cidade Jardim, pertencente ao Jockey Club de São Paulo, foi inaugurado em 25 de janeiro de 1941, na zona oeste de São Paulo. - Crédito:ALF RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:163114 Alf Ribeiro/Estadão Conteúdo Jockey Club de São Paulo - AE

Quem mora em Cidade Jardim, na região do Jockey Club de São Paulo, pode se preparar para ter transtornos no final de semana. Mais uma vez moradores e trabalhadores serão importunados pela algazarra à vista.

Uma festa Rave, a Dekmantel vai acontecer no sábado (04) e domingo (05) se estendendo por todo o dia e terminando quase na madrugada.

Os organizadores encaminharam aos moradores da região adesivos para colocar nos carros, já que as ruas serão interditadas. Entretanto os donos do evento não se deram nem o trabalho de comunicar aos residentes que tipo de festa será realizada, quando e como. Simplesmente entregaram os colantes sem nenhuma comunicação sobre interdições, quanto tempo vai durar o barulho que deve tirar o sono de todos.

É notório e em eventos anteriores no Jockey Club já houve este mau exemplo, e é sempre a mesma coisa. Nessas festas as pessoas urinam nas ruas, usam todos os tipos de drogas indiscriminadamente, o consumo de bebidas alcoólicas é tremendo até mesmo por menores. Nas proximidades, quando há este tipo de festa, já se chegou ao cúmulo de pessoas serem flagradas praticando sexo na rua, sem se importar com que estivesse passando pelo local, fossem crianças ou idosos.

Este filme todos conhecem. Agora há uma nova administração na cidade do prefeito João Doria que prega Cidade Linda, mas certamente o que se verá é uma Cidade Jardim suja e um Jockey Club sujo, contrariando o lema da Prefeitura, já que o evento deve receber 16 mil pessoas.

O diretor do Sindicato dos Hípicos e dos Trabalhadores do Jockey Club, Francisco Carlos disse que os funcionários sequer foram avisados.

Os transtornos não são apenas para os moradores. O pessoal da limpeza também fica enlouquecido com a quantidade de lixo despejado na vizinhança.

A Lei do Psiu então é completamente ignorada, com o som e os decibéis a todo vapor. Flanelinhas, ambulantes e até cambistas agem tranquilamente nesses eventos porque não há fiscalização rigorosa.

A Jovem Pan procurou a direção do Jockey Club, que não atendeu aos chamados. A Companhia de Engenharia de Tráfego também foi contatada, porém não houve resposta sobre os impactos no trânsito da região, inclusive sobre a ciclovia.
A Prefeitura Regional do Butantã indicou que a solicitação foi feita ainda na gestão do prefeito Fernando Haddad e que a questão da liberação cabe à Secretaria Municipal de urbanismo e licenciamento.

A pasta, por sua vez, encaminhou uma nota ressaltando que há um pedido de Alvará de Autorização de Evento Temporário para realização do Dekmantel, que está em análise e que para a emissão, é necessário que o responsável apresente diversos documentos se comprometendo a seguir uma série de série de itens.

O texto diz ainda que o alvará somente é expedido quando estiverem cumpridas todas as exigências da legislação. E pasmem, a dois dias do Festival que está sendo amplamente divulgado, já com ingressos vendidos, com distribuição de adesivos para carros aos moradores, o alvará ainda não foi emitido, ou seja, o evento está irregular.

Há tempos a Jovem Pan cobra das gestões municipais e não será diferente com a atual, sobre como é permitido o desvio da funcionalidade do Jockey Club que não tem a finalidade de shows, mas sim de corridas de cavalos.

Já os moradores de Cidade Jardim exigem uma atitude do prefeito de São Paulo, João Doria, sobre a omissão da prefeitura regional do Butantã por não se posicionar sobre o uso para outros fins do Jockey Club.

Confira a reportagem completa de Daniel Lian:

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