Reajuste do STF era previsto, mas revogação de auxílios é benéfica, concordam economistas

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2018 09h36
Reprodução/Facebook Os economistas Raul Velloso e Felipe Salto afirmaram que a decisão já era prevista e que a possibilidade de compensação com o a revogação do auxílio-moradia é benéfica

O presidente Michel Temer sancionou nesta segunda-feira (26) o reajuste de cerca de 16% nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em contrapartida, o ministro Luiz Fux, relator de ação sobre o tema, decidiu revogar o auxílio-moradia para juízes, integrantes do Ministério Público, Defensorias Públicas e tribunais de contas. O aumento de R$ 33 mil para R$ 39 mil foi aprovado pelo Senado no último dia 7.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, os economistas Raul Velloso e Felipe Salto afirmaram que a decisão já era prevista e que a possibilidade de compensação com o a revogação do auxílio-moradia é benéfica.

“O STF já havia tomado a decisão de fazer o reajuste e abriu espaço para a negociação que procurasse minimizar o impacto quando surgiu o assunto para resolver os penduricalhos do auxílio-moradia (…) Pelo que depreendi de declarações de ministros do STJ, havia disposição de encontrar um caminho que minimizasse ou eliminasse o efeito cascata”, disse Velloso.

O efeito cascata citado pelo economista prevê um impacto de ao menos R$ 4 bilhões nas contas públicas. Mas, segundo Felipe Salto, a compensação do auxílio dado a juízes “pode ser benéfica e pode dar certa força ao novo Governo para segurar novos reajustes”.

O efeito a ser irradiado a Estados também é visto com preocupação pelos economistas. “Estamos também em momento de maior força dos governadores que vão assumir. Creio que é possível haver algum tipo de negociação que minimize esse impacto. Hoje não só muitos Estados estão em fortes dificuldades, acredito que próprio Supremo e STJ vão ajudar governadores e negociar solução sem muito impacto aos poderes estaduais. Não estou tão preocupado quando se abre a possibilidade de nova gestão de quatro anos de mandato. Muita coisa pode acontecer”, defendeu Velloso.

Felipe analisou ainda sobre uma possível “abertura de precedente” para que congressistas peçam um novo reajuste. “Já houve reajustes aprovados em 2015 e que valem até 2019. O quadro fiscal é bastante grave. Quadro de Estados e municípios é pior ainda. A prioridade precisa ser ajuste e consolidação fiscal”, finalizou.

Confira a entrevista completa com os economistas Raul Velloso e Felipe Salto:

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