RJ: Familiares dizem que sequestrador de ônibus dava sinais de depressão

  • Por Jovem Pan
  • 21/08/2019 06h20 - Atualizado em 21/08/2019 10h08
Reprodução Willian Augusto da Silva, de 20 anos, foi morto por um atirador de elite do Bope

A polícia deve ouvir novas testemunhas para tentar entender o que levou Willian Augusto da Silva, de 20 anos, a sequestrar um ônibus com 37 pessoas nesta terça-feira (20), no Rio de Janeiro. Parentes de Willian prestaram depoimento e pediram desculpas às vítimas. A mãe dele chegou a passar mal e precisou ser amparada.

Segundo o delegado Antonio Ricardo Lima Nunes, a família notava sinais de mudança. “Segundo relatos de familiares, de uns tempos para cá ele apresentou um perfil aparentemente depressivo e, possivelmente, deve ter sido essa a motivação do que aconteceu durante a manhã”, explicou.

Na delegacia, os reféns relembraram os momentos de tensão na ponte Rio-Niterói. Em relatos parecidos, muitos contaram que Willian estava com uma arma de choque e uma pistola de brinquedo e ameaçava incendiar o veículo.

A secretária Rafaela Gomes diz que tudo aconteceu de repente. “Ele simplesmente levantou e anunciou, perguntou se a gente lembrava do filme 174 e falou que ele queria fazer algo parecido, que ele queria parar o Estado.”

Um dos primeiros a sair do ônibus, o auxiliar de cartório Robson de Oliveira acredita que o sequestrador sabia o que poderia acontecer. “Ele falava sempre que a gente ia ter história para contar, né. A gente ia ter, ele não, porque ele achava que ia sair morto como aconteceu”, relembra.

Após intensa negociação, Willian Augusto da Silva foi morto por um atirador de elite do Bope. O comandante do batalhão, tenente-coronel Maurílio Nunes, afirma que havia muita vidas em risco e a ação seguiu protocolos internacionais. “Então tomamos a decisão de transformar em negociação tática, e os negociadores na melhor oportunidade, que diminuísse os danos colaterais, fizeram os disparos.”

O governador do Rio, Wilson Witzel, foi até o local e comemorou a libertação dos 37 reféns. “Foi uma ação exitosa, que mostra o quanto a nossa Polícia Militar é preparada para preservar vidas. Eu deixei a polícia agir, em momento nenhum impedi que a polícia agisse”, afirmou. Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro elogiou a ação bem sucedida da polícia e afirmou que a família de um inocente não ia chorar.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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