Saída de Parente dá indícios de que pressões políticas podem persistir na Petrobras

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2018 08h48
EFE/Hedeson Alves Ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, fez a empresa registrar lucro líquido de R$ 6,9 bilhões

A escolha de Ivan Monteiro para presidência da Petrobras sinaliza, em princípio, a manutenção da mesma linha de gestão que é de Pedro Parente. Afinal ele vinha cuidando do desinvestimento das vendas de ativos e até da política de preço, já quer da área financeira.

Mas se era para ser assim porque Pedro Parente saiu? O pedido de demissão, quando parecia formalizada a saída da crise, parece um indício de que pressões políticas podem persistir ele seria um entrave nesse sentido.

O presidente Temer já declarou a independência será respeitada, mas ele mesmo, em meio a tantas trapalhadas do governo, havia dito em entrevista que a mudança na política poderia ser estudada com cuidado.

Fora o diesel, tem o preço da gasolina, o preço do gás. Não se trata apenas de fazer o jogo do mercado. Manter uma política alinhada aos preços internacionais mostra a preocupação com os resultados financeiros da Petrobras, que é uma estatal, mas também uma empresa de capital aberto que deve resultados aos acionistas, sendo que o principal é o governo. Mais do que isso precisa de resultados para bancar investimentos, refino, emprego e geração de impostos. O país acaba perdendo se a Petrobras não vai bem.

Interferir na gestão da empresa tornaria o governo mais fragilizado, em termos da política econômica, o que é péssimo para o Brasil. A questão é simples: quem vai apostar em um país com regras não confiáveis?

Além de todas as outras incertezas, que já temos no cenário político-econômico onde os interesses parecem sempre misturados.

*Com informações de Denise Campos de Toledo

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