Se existe corrupção no Congresso, é porque presidente é corruptor, dispara Álvaro Dias

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2018 10h30
João Henrique Moreira/Jovem Pan O senador defendeu a inversão da lógica atual de “balcão de negócios” no Congresso Nacional

Com discurso expressivo sobre a velha política, o pré-candidato pelo Podemos à Presidência, senador Álvaro Dias, acusou a figura do presidente da República de ser o influenciador daquilo que ocorre no Congresso.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o senador defendeu a inversão da lógica atual de “balcão de negócios” no Congresso Nacional e que se faça primeiro a apresentação de propostas à sociedade, além de capacidade de gestão e comunicação.

“O presidente tem que ter capacidade de gestão, competência, ousadia, coragem de promover mudanças e capacidade de comunicação para convencer o brasileiro de que suas propostas são adequadas. São imprescindíveis. Presidente da República que tiver apoio da população terá a arma mais poderosa e terá apoio do Congresso. Congresso não rema contra a maré”, disse o pré-candidato.

“Em defesa do Congresso, é preciso dizer que se existe corrupção la é porque no outro lado da rua existe o corruptor. O grande corruptor é o presidente da República. O Congresso dança a música que toca a presidência. Se o Brasil eleger presidente honesto, certamente o Congresso se reabilitará diante da sociedade”, completou o senador sem citar nomes.

Ao ser questionado se faz parte da política tradicional “a ser rompida”, Álvaro Dias defendeu-se e disse ser contestador de tal modelo. “O retrato da contestação é essa inquietude que me fez mudar de sigla. Evidente que presidente tem condições de propor mudanças radicais”, justificou.

Entre as mudanças radicais, por exemplo, encontra-se a redução do Legislativo e do número de partidos: “políticos necessitam sobreviver, aqueles que resistirem à mudança serão atropelados e substituídos. Precisamos convencer de que ou mudamos ou seremos atropelados”.

Álvaro Dias também saiu em defesa de um “pacto nacional” e afirmou que o “presidencialismo de coalizão acabou”. Para ele, é necessária a união de “pessoas de bem e de todos os partidos, um Governo suprapartidário”.

Descrença do eleitor na política

O senador do Podemos disse ter fé na política. “A descrença é geral, toma conta do País, mas tenho fé. Fui governador e pratiquei modelo que advogo hoje. Nenhum deputado indicou secretário, teve verba, tive apoio suprapartidário da Assembleia”, disse.

“O Congresso é o retrato da sociedade. Não há como fugir dessa realidade. Não haverá renovação por duas razões: o fundo eleitoral e o fim do foro privilegiado, que não ocorreu em tempo. Mas acredito na possibilidade de convencer o Congresso de que o Brasil precisa mudar, por isso que escolha do presidente é fundamental. Se escolha for infeliz é reedição desta tragédia”, defendeu ao sugerir alguém com perfil como o apresentado por ele.

Confira a entrevista completa com o pré-candidato pelo Podemos à Presidência, Álvaro Dias:

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