‘Se tiver convite volto para a TV’, diz Marta Suplicy

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2018 10h35 - Atualizado em 10/08/2018 10h47
Johnny Drum/Jovem Pan Senadora Marta Suplicy falou ao Jornal da Manhã sobre a decisão de não concorrer nas eleições de 2018

Após anunciar a desfiliação do MDB e comunicar que não vai concorrer nas eleições deste ano (apesar de ter mantido as portas abertas à política), a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy cogita voltar à televisão.

Antes de ingressar na atividade partidária, Marta ficou famosa no início da década de 1980 ao apresentar o programa Comportamento Sexual, na TV Mulher, que causou bastante burburinho à época.

Questionada se voltaria às telinhas, a psicóloga e sexóloga de formação assentiu. “Se tiver convite volto (para a televisão)”, disse Marta Suplicy em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan nesta sexta-feira (10). “Me convidem”.

Marta, no entanto, informa que vai definir seu futuro apenas no ano que vem, quando terá deixado o cargo no Senado. “Eu não estou planejando nada, vou deixar acontecer depois”, afirmou.

Questionada sobre a vida pessoal, por ter se separado duas vezes, Marta disse que busca a felicidade. “Se eu não estou feliz eu tenho que buscar na vida pessoal alguma forma de me sentir contemplada”, revelou. A senadora diz seguir o conselho da mãe, que lhe recomendava: “não gasta energia boa no que não tem jeito”

“Fofo ele, não?”

Marta foi questionada também sobre o comentário de seu ex-marido, Eduardo Suplicy, vereador pelo PT em São Paulo, em relação a sua saída da vida política.

Eduardo especulou que a decisão de Marta “decorre muito das situações difíceis que ela acabou vivendo por ter saído de um partido que tanto a havia apoiado (PT)” e disse que “muitas pessoas ficaram sentidas com ela”.

O ex-marido acredita que a decisão da senadora foi positiva, pois agora Marta passaria a ter mais tempo para se dedicar à família. Em postagem no Facebook na qual compartilha foto da ex-mulher com os filhos, Eduardo disse: “com certeza ganham os nossos netos Teodoro, Bernardo, Felipe e Rafael e as nossas netas Laura e Maria Luiza, que terão mais tempo para estar com a avó”.

Desejo felicidades à Marta Suplicy, mãe de meus filhos Eduardo, André e João. Que nessa nova fase de sua vida ela…

Publicado por Eduardo Suplicy em Sexta, 3 de agosto de 2018

 

Ao ser perguntada sobre as declarações de Eduardo, Marta foi sucinta e brincou: “Fofo ele, não?”

Aborto

Marta, que sempre defendeu causas feministas, voltou a defender a legalização total do abortamento, tema que está em discussão no Supremo Tribunal Federal. A descriminalização da prática também foi rejeitada recentemente pelo senado da Argentina.

“Eu sou totalmente a favor da descriminalização, mais na linha do (ministro do STF Luís Robero) Barroso, de que a mulher não tem que provar nada, não tem que dar satisfação (sobre o porquê do aborto)”, posicionou-se Marta.

“Sou pelos direitos reprodutivos”, disse a senadora, que defende que o aborto seja oferecido pelo governo no Sistema Único de Saúde.

Marta disse que, quando prefeita da capital paulista, constituiu “dois ou três (hospitais públicos da rede municipal) que passaram a oferecer esse direito”, do aborto já permitido em lei: em casos de estupro, feto anencefálico e quando há risco à vida da mãe.

Legado no Senado

Apesar de se sentir cansada com a rotina do Parlamento, Marta vê um legado que deixa no Senado, principalmente tendo levantado “grandes temas da sociedade que não teriam sido levantados” (se ela não estivesse lá).

Um dos que ela mais se orgulha é a cota de mulheres que os partidos são obrigados a permitir concorrer e a cota do fundo eleitoral de 30% que deve ser destinada às candidatas, exigindo-se das siglas a criação de uma secretaria da mulher para receber o recurso.

Marta citou ainda que lutou pelas “minorias LGBT” e pelo “empoderamento feminino”, além de ter atuado em projetos importantes, como a relatoria do Supersimples (programa de simplificação de taxas para empresários) e o refinanciamento de dívidas de Estados e municípios com a União. “Sei fazer, tanto é que fiz, mas não é o que me empolga”, assumiu.

Confira a entrevista completa de Marta Suplicy:

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