Setor de exportação de grãos teme paralisação com nova tabela de frete

  • Por Jovem Pan
  • 11/09/2018 06h31 - Atualizado em 11/09/2018 06h31
EFE EFE Sérgio Mendes, diretor-geral da Anec, disse nesta segunda-feira (10), em entrevista à Jovem Pan, que muitas das empresas não conseguirão absorver os altos custos

Setor da exportação de grãos está preocupado com a política da tabela de fretes mínimos rodoviários. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) apontou que os negócios podem ficar inviáveis por conta de custos adicionais na casa de US$ 5 bilhões ao ano.

Sérgio Mendes, diretor-geral da Anec, disse nesta segunda-feira (10), em entrevista à Jovem Pan, que muitas das empresas não conseguirão absorver os altos custos: “introduzir um custo dessa ordem, de repente, são empresas que operam com margens mínimas. Elas vão entrar em passivo que podem não aguentar”.

Atualmente, o Brasil é o maior exportador global de soja e o segundo colocado em milho. Ainda assim, segundo a entidade, nos últimos anos as empresas do setor estão operando com a menor margem líquida, na casa de 1%.

Com as mudanças na política de fretes, o custo anual com o transporte rodoviário saltou de R$ 170 por tonelada de grãos para R$ 236. Trata-se de um aumento de R$ 66 por tonelada no frete em uma ação tida como inconstitucional para muitos transportadores, segundo Sergio Mendes.

Apenas soja e milho, segundo a entidade, colaboram com mais de US$ 40 bilhões para a balança comercial brasileira.

Com isso, de acordo com Mendes, é impossível esperar o resultado das eleições para tratar do tema. E a preocupação maior está com o milho, afinal o frete rodoviário tem custo maior, pois o preço da tonelada do milho é menor que o da soja.

Somente em 2017, de acordo com o Ministério da Agricultura, as exportações de milho do Brasil passaram de 29 milhões de toneladas.

*Informações do repórter Fernando Martins

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