Suicídios de adolescentes crescem no País, e casos recentes em escolas de SP geram mobilizações

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2018 08h15 - Atualizado em 30/04/2018 09h38
Gustavo Gargioni/Fotos Públicas Gustavo Gargioni/Especial - Fotospublicas Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que mais de 722 adolescentes, entre 15 e 19 anos, tiraram a própria vida em 2015, um recorde nos últimos dez anos

O suicídio de dois estudantes em menos de 15 dias chamou a atenção para um problema que não é novo e não tem perspectiva de acabar.

Depois da divulgação dos casos que aconteceram com alunos do colégio Bandeirantes, uma tradicional instituição de ensino, outros relatos surgiram.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que mais de 722 adolescentes, entre 15 e 19 anos, tiraram a própria vida em 2015, um recorde nos últimos dez anos.

Os episódios mais recentes que aconteceram em colégios de elite, na capital paulista, levaram essas escolas a realizarem atividades para orientar sobre o tema.

O Bandeirantes informou que agora conta com a ajuda de uma especialista em prevenção ao suicídio e que criou espaços de reflexão, diálogo e acolhimento.

O psiquiatra Rodrigo de Almeida Ramos, do NUPEM, afirmou que as iniciativas são importantes para esclarecer e identificar quem precisa de ajuda.

Em grupos de WhatsApp, pais de alunos das instituições que tiveram casos de suicídio questionaram a melhor maneira de lidar com o assunto. Discutiram sobre como controlar a ida a festas e atividades extracurriculares.

Ramos reforçou ainda que o correto é justamente o contrário: não permitir que o jovem se isole.

O suicídio é a quarta causa de morte entre jovens. Tirar a própria vida é um ato desesperado de alguém que pede socorro.

Os especialistas apontam que adolescentes estão mais vulneráveis ao suicídio porque, entre outros fatores, tendem a ser mais imediatistas e impulsivos.

Fora dos portões da escola também é possível ter ajuda. Iniciativas como o Centro de Valorização à Vida, o CVV, e o Vita Alere ajudam no combate.

O Centro presta um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas, com total anonimato. A iniciativa não é novidade.

A aposentada Angela Rasquinho foi voluntária há 35 anos na organização, e acabou descobrindo que além de ouvir as pessoas, também se ajudava.

Para conversar e desabafar com alguém, basta ligar no número 188.

Alterações de humor, uso excessivo de substâncias alucinógenas, indisposição, falta de sono, queixas sobre a vida, falta de propósito e isolamento são os principais sinais de alerta.

Todos os centros de ajuda, psiquiatras e especialistas reforçam que o mais importante é a pessoa saber que ninguém está sozinho.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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