TV Globo e Televisa pagaram US$ 15 mi para transmitir Copas de 2026 e 2030, diz delator

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2017 07h56 - Atualizado em 16/11/2017 11h46
Valter Campanato/Agência Brasil Valter Campanato/Agência Brasil O ex-CEO da Torneos y Competencias, Alejandro Burzaco, disse que, junto com as emissoras, entregou o valor para Julio Humberto Grondona, ex-chefe do futebol argentino

A TV Globo e a mexicana Televisa pagaram US$ 15 milhões em propina para transmitir Copas do Mundo, de acordo com delator.

O ex-CEO da Torneos y Competencias, Alejandro Burzaco, disse que, junto com as emissoras, entregou o valor para Julio Humberto Grondona, ex-chefe do futebol argentino.

A propina era a garantia dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026 e 2030.

No segundo dia de depoimento do caso conhecido como FIFA GATE, o argentino Alejandro Burzaco detalhou os esquemas de corrupção.

O depoimento no Tribunal Federal do Broklyn, em Nova York, chegou a ser interrompido após o delator receber uma notícia que o fez chorar.

Os advogados não entraram em detalhes, mas se especula que o suicídio de um dos acusados de Burzaco, o advogado Jorge Alejandro Delhon, tenha sido o motivo.

Quando retomou ao depoimento, o empresário deu informações inéditas sobre como funcionavam os esquemas de suborno no futebol sul-americano.

O delator contou que durante a Copa de 2014 se encontrou com Marcelo Campos Pinto, o então responsável pela negociação das transmissões na TV Globo.

Burzaco diz que a emissora pretendia estender propinas para a Conmebol em troca de direitos da Libertadores e da Copa Sul-Americana.

As empresas de mídia e marketing esportivo citadas foram: a Fox Sports dos Estados Unidos, a Televisa do México, a Media Pro da Espanha, a Full Play da Argentina, a Traffic e a TV Globo do Brasil.

A emissora brasileira nega as acusações e mantém o posicionamento da nota enviada à imprensa na terça-feira, na qual “o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina”.

Burzaco está em prisão domiciliar há dois anos em Nova York; Ele fechou um acordo de delação premiada com a justiça e aguarda a própria sentença.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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