Uso de cocaína na Inglaterra atinge ponto mais alto em 10 anos; polícia britânica critica usuários

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 01/08/2018 09h19 - Atualizado em 01/08/2018 09h20
garryknight / Flickr Commons garryknight / Flickr Commons (20/10/2013) Segundo dados da polícia, a Inglaterra e o País de Gales têm aproximadamente 875 mil usuários de cocaína

Os usuários de cocaína, em grande parte gente branca de classe média, são hipócritas que ajudam a aumentar os índices de violência em Londres. A outra ponta da cadeia produtiva dos entorpecentes está sendo duramente atacada pela polícia da capital britânica.

A cidade tem sofrido com a disparada dos índices de violência em 2018, sobretudo assassinatos entre gangues; e há relação direta com o consumo de drogas.

Segundo dados da polícia, a Inglaterra e o País de Gales têm aproximadamente 875 mil usuários de cocaína.

Gente que em geral, segundo Cressida Dick, chefe da Scotland Yard, adora falar sobre comida orgânica, aquecimento global, mas esquece da perversa cadeia produtiva da droga que consome.

O uso de cocaína na Inglaterra está em seu ponto mais alto dos últimos 10 anos e a pureza do produto vendido em Londres nunca foi tão alta.

Segundo uma pesquisa recente, hoje os esquemas de entrega de cocaína a domicílio em Londres são mais rápidos que os das pizzarias.

E o efeito disso é a disputa violenta entre gangues formadas por adolescentes pobres para atender a essa demanda crescente da classe média.

O prefeito da capital, Sadiq Khan, está entre os críticos do consumo de cocaína nas festas em bairros afluentes enquanto crescem os números de assassinatos na cidade. Só em 2018, já ocorreram 87 homicídios em Londres, alta significativa em relação ao mesmo período do ano passado quando ocorreram 117 no total.

A Scotland Yard reconhece que sozinha não tem como vencer a famigerada guerra contra as drogas. Talvez por isso tenha partido para o apelo moral destinado aos usuários.

Lembrando que a Inglaterra não produz cocaína. O que é consumido no país vem da América do Sul, principalmente da Colômbia, passando pelo Caribe, América Central, e até em alguma parte pelo Brasil.

Logo o dilema moral da classe média britânica tem um rastro de repercussões violentas que vai muito além do sul do rio Tâmisa.

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