Vale precisa pagar indenizações o mais rápido possível, defende procurador do MPT

  • Por Jovem Pan
  • 29/01/2019 07h41
EFE "É preciso que, com base na péssima experiência anterior, as famílias sejam reunidas com a Vale e que permita o pagamento o mais rápido possível”, defendeu

Pagamento de indenizações deve ser feito da forma mais rápida possível. A fala foi dada pelo procurador do Ministério Público do Trabalho, coordenador do grupo especial de atuação no caso de Brumadinho e que também atuou no caso de Mariana, Geraldo Emediato.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, Emediato lembrou que as indenizações às famílias das 19 vítimas do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, foram indenizados depois de três anos.

“Essas ações individuais foram ajuizadas por advogados contratados pelas famílias e a demora do processo judicial resultou na indenização depois de quase três anos. Nesse evento agora estamos com perspectiva de quase três centenas de mortes então é preciso que, com base na péssima experiência anterior, as famílias sejam reunidas com a Vale e que permita o pagamento o mais rápido possível”, defendeu.

O procurador ressaltou ainda que o MPT ajuizou ação cautelar e obteve o bloqueio de R$ 800 milhões da Vale, “valor compatível com o número de vítimas para essa indenização ocorrer”.

“A Vale tem consciência de que isso é reincidência, que ajuizamos ação civil pública pedindo várias medidas prévias à instalação de qualquer barragem, que o plano de evacuação de emergência fosse eficaz. Não foi em Mariana, população na teve chance de escapar, e agora quase 300 empregados não tiveram a mínima chance de fugir porque o sistema de alarme sequer funcionou”, explicou.

Geraldo Emediato disse ainda acreditar que “a empresa deve ter aprendido algo” com a tragédia de Mariana. “Até hoje o município de Bento [Rodrigues] não foi reconstruído e várias famílias não tiveram suas indenizações. Na área trabalhista, dois terços dos empregados da Samarco foram demitidos, tentamos segurar as dispensas, mas no fim houve acordo com sindicato no sentido de pagar indenizações em programas de demissão voluntária”.

Para ele, “Brumadinho parece ser a próxima vítima” no que tange à situação de emprego, já que a cidade dependia da empresa. “Temos 39 mil pessoas que dependem dessa empresa e ela estará paralisada. É preciso de suporte pelo estado e trabalhadores certamente serão dispensados. E as famílias têm que ter indenização o mais rápido possível (…) Uma liminar do MPT determina o pagamento imediato de auxílio-funeral, seguro-saúde, que se pague valor emergencial para que as famílias se sustentem, e que as famílias não deixem de pagar salários dos resgatados e falecidos, porque a família continua”, finalizou.

Confira a entrevista completa com o procurador do Ministério Público do Trabalho, Geraldo Emediato:

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