Visita de Bolsonaro aos EUA repercute na imprensa internacional

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 20/03/2019 09h44
EFE A ver quais serão os resultados concretos das novas promessas

A visita do presidente Jair Bolsonaro à Casa Branca ganhou destaque na imprensa internacional sobretudo por conta da possibilidade de intervenção militar na Venezuela.

A situação em Caracas segue se deteriorando politicamente, mas a pressão exercida por Washington e seus aliados ainda não dá sinais de que será suficiente para derrubar Nicolás Maduro no curto prazo. A tentativa recente de forçar ainda mais a situação enviando ajuda humanitária não surtiu o efeito esperado por brasileiros e americanos. E a simples menção de que todas as opções continuam sobre a mesa cria especulações em relação a uma eventual mudança na postura do Brasil, que até aqui se mostrou absolutamente refratário à ideia de intervir no país vizinho.

Mas a postura clara das forças armadas não ficou assim tão contundente nas manifestações de Bolsonaro ao lado de Donald Trump.

O jornal francês Les Échos lembra que o chefe da Casa Branca e Bolsonaro, chamado mais uma vez de Trump dos Trópicos, compartilham uma hostilidade viva contra Nicolás Maduro.

Talvez por isso o líder brasileiro não tenha replicado em público o sentimento de seus generais, preferindo uma postura elíptica sobre a chance de intervenção ao dizer que “certas informações não serão discutidas em público”, como escreve o jornal Financial Times.

O diário inglês, aliás, ressalta que “as relações entre as duas maiores democracias do continente sofreram de negligência mútua, enquanto o PT, de esquerda, governava o Brasil. Mas Trump e Bolsonaro são aparentes aliados políticos, ambos eleitos em plataformas populistas impetuosas que enfatizavam questões de lei e ordem.”

Mas o Financial Times também aponta que a viagem gerou poucas medidas concretas. Trump disse que planeja designar o Brasil como aliado prioritário da OTAN e apoiou a tentativa do país de entrar na OCDE – embora a Colômbia já tenha esse status com a aliança militar, além de também já integrar a OCDE ao lado de outros dois latino-americanos,  Chile e México.

Ademais, apoio internacional aos pleitos do Brasil não chega a ser novidade. França e Reino Unido, por exemplo, cansaram de declarar publicamente que defendiam a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU como membro-permanente, algo que sequer é cogitado nos dias atuais.

A ver quais serão os resultados concretos das novas promessas.

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