Vítimas de incêndio no Flamengo eram promessas até da Seleção Brasileira

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2019 08h12 - Atualizado em 09/02/2019 08h13
Adriano Fontes/Estadão Conteúdo Torcedores, amigos e familiares de vítimas se reuniram em frente ao Ninho do Urubu

O clima de descontração e brincadeira era constante entre os jovens atletas no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. Chamas destruíram o alojamento dos meninos que atuavam nas categorias de base do Flamengo e dormiam no CT.

Bernardo Pisetta, de 14 anos, foi uma das vítimas da tragédia. Natural de Indaial, em Santa Catarina, o atleta estreou em agosto do ano passado no time carioca. Antes do Flamengo, o goleiro jogou no Athletico do Paraná e em outras equipes do Vale do Itajaí. Desde muito cedo já mostrou talento em campo e vivia o sonho de estar em um grande clube brasileiro.

Mesmo caso do catarinense Vitor Isaías, de 15 anos. O atacante estava há seis meses no Flamengo após ter deixado o Athletico. Começou a carreira jogando no futsal do Figueirense.

A maioria dos meninos no alojamento era de outros estados, mas alguns jovens, mesmo sendo do Rio, preferiam ficar no local. É o caso do Samuel Thomas Rosa, de 15 anos. O lateral esquerdo morava em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, mas preferiu dormir no CT.

O amigo Christian Esmério Candido também era do Rio. Aos 15 anos, o goleiro era uma promessa do Flamengo. Acumulava convocações para a Seleção Brasileira na categoria sub-15 e sub-17, e já chamava a atenção de olheiros do mundo todo. No fim do ano passado, chegou a postar uma foto ao lado do técnico Tite na Granja Comary. Com o Flamengo, ganhou a Nike Premier Cup em 2018.

De Volta Redonda, no Rio, Arthur Vinicius Silva também vivia o melhor momento da carreira: havia sido convocado para a seleção sub-15 no final do ano passado. Começou no futebol aos 10 anos e chegou a equipe rubro-negra em 2017. Ele completaria quinze anos neste sábado (9).

O sergipano Athila Souza Paixão também completaria quinze anos no próximo dia onze de março. Ele integrava o ataque do time base do Flamengo desde março do ano passado. Para a família, dizia que vivia o grande sonho.

O volante Jorge Eduardo Pereira dos Santos começou cedo no futebol. Desde os sete anos atuava em um projeto em Além Paraíba, Minas Gerais, e aos 12 entrou para a base do Flamengo. Foi líder e capitão da equipe campeã carioca sub-15.

Estreante no clube, o adolescente Gedson Santos, de 14 anos, ainda nem tinha começado a treinar. Natural de Itararé, em São Paulo, o meio-campista chegava do Athletico Paranaense.

Outro paulista, Rykelmo de Souza Vianna, era de Limeira. Completaria 17 anos no próximo dia 26. Bolívia, como era conhecido, jogava futebol desde os seis anos de idade. No Flamengo, atuava como volante. Com o nome inspirado no jogador Riquelme, o adolescente compartilhava cliques com ídolos da carreira, como Neymar.

Pablo Henrique da Silva Matos, de 14 anos, também não conseguiu escapar do fogo. Natural de Minas Gerais, o jovem atuou no Atlético Mineiro e participou do programa oficial da Inter de Milão no ano passado. Ele era primo do jogador Werley, zagueiro do Vasco.

Os dez jovens atletas perderam a vida no incêndio que destruiu o alojamento no Ninho do Urubu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Eles eram meninos que tinham um sonho em comum: jogar futebol. Além dos dez atletas, outros três adolescentes ficaram feridos: Cauan Emanuel Gomes Nunes, Francisco Dyogo Bento Alves e Jhonatan Cruz Ventura, que está internado em estado grave.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto

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