Especialistas discutem soluções para enfrentar déficit habitacional

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2018 15h15
Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas São Paulo tem cerca de 400 mil imóveis vazios; urbanistas apontam necessidade de se recuperar o centro da capital

A ampliação do apoio da Caixa Econômica Federal à moradia popular e a redução de juros no financiamento ajudariam a amenizar o déficit habitacional. Os movimentos sociais do setor indicam que um terço da população do País tem problemas para se fixar em algum local.

Uma estimativa indica que, só na capital paulista, seria necessária a construção de 230 mil unidades.

A diretora executiva do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, avalia que o atendimento à habitação popular piorou nas últimas décadas

“A questão de prover habitação social tem piorado ao longo dessas décadas por total falta de atenção e de política pública em que todos os entes de poder se juntem”, disse. “Sabemos que o dinheiro é escasso, mas, mesmo assim, dá para fazer muita coisa e o problema maior é justamente a questão da terra”, apontou.

De acordo com Lucila Lacreta, São Paulo tem cerca de 400 mil imóveis vazios e defende um trabalho concentrado na recuperação do centro.

O urbanista da FAU, Nabil Bonduki, ressalta que o poder público precisa voltar a se preocupar com a moradia. “Essa prioridade precisa voltar a existir nos três níveis de governo: federal com financiamento, estadual com financiamento e produção e a Prefeitura utilizando os vários instrumentos que já existem no Plano Diretor, que definiu que a compra de imóveis em região bem localizada da cidade”, disse.

O urbanista Nabil Bonduki considera ainda necessário melhorar a relação entre os governos e as entidades de moradia.

O advogado, especialista em direito urbanístico, Marcelo Manhães de Almeida, considera o poder público ineficiente para construir casas populares.

“A atual fórmula de produzir habitação de interesse social é custosa e pouco eficiente”, disse, sugerindo parceria com o uso de aluguel subsidiado pelo governo.

O advogado Marcelo Manhães de Almeida lembra ainda que o processo de financiamento imobiliário é muito burocrático.

Ele cita ainda a ampliação das parcerias público privadas para reduzir o déficit habitacional.

Em março, o Senado aprovou um projeto que obriga o poder público a aplicar recursos, por meio da Caixa, em habitação e saneamento.

Os governos devem priorizar áreas carentes do Nordeste, do Centro-Oeste e da Amazônia.

Confira a reportagem de Thiago Uberreich ao Jornal Jovem Pan:

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