Mercado de crédito mostra que recuperação é lenta, diz economista do SPC

  • Por Jovem Pan
  • 07/03/2018 16h10
Marcos Santos/USP A economista apontou a compra na emoção e o perigo do uso do cartão, que não implica em peso no bolso logo que se adquire o produto

Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, comentou os dados recentes do crédito no Brasil. A pesquisa realizada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostrou que 22% dos consumidores tiveram crédito negado em janeiro ao tentar parcelar uma compra.

A falta de comprovação de renda ou insuficiente de renda (36%) e as restrições ao CPF (31%) em virtude da inadimplência foram as principais razões para a negativa.

O levantamento mostra que os cartões de crédito foi a modalidade mais usada no mês (36%). O segundo lugar é o crediário (12%), seguido pelo cheque especial (7%) e financiamentos (6%). Kawauti destacou que “o cartão de crédito sempre ganha de lavada”. “Isso mostra que o consumidor continua pedalando em sua dívida”, disse.

Para a economista do SPC, os números mostram que a recuperação econômica ainda é lenta. Kawauti apontou que os juros em geral ainda estão altos apesar da queda da Selic (taxa básica) e que os que concedem créditos ainda estão receosos com desemprego alto.

O desemprego último fator a demonstrar uma recuperação durante uma retomada da economia.

A economista apontou a compra na emoção e o perigo do uso do cartão, que não implica em peso no bolso logo que se adquire o produto.

Kawauti afirmou também que os “adimplentes pagam para quem é inadimplente”. “Quanto mais difícil tomar o crédito, melhor a taxa de juros”, sugeriu.

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