Diretor diz que ‘Coração de Cowboy’ não é uma crítica ao sertanejo universitário

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2018 12h16 - Atualizado em 20/11/2018 02h32
Jovem Pan

Inicialmente o filme “Coração de Cowboy” pode parecer uma crítica ao sertanejo universitário, pois conta a história de um cantor que foi buscar felicidade cantando um sertanejo mais “raiz”. Mas de acordo com o diretor da película, Gui Pereira, a intenção não é criar polêmica.

“A gente não faz uma crítica ao sertanejo universitário. É uma crítica à perda de identidade e de personalidade. É uma crítica a quando você começa a cantar uma coisa que não tem nada a ver com o que faz”, contou em entrevista ao Morning Show

Uma cena simboliza bem essa perda de identidade forçada. É quando um empresário tira o chapéu de cowboy da cabeça do cantor, para que ele não fique associado ao sertanejo raiz. Gui conta que isso acontece na vida real: “teve gente que viu e me mandou mensagem dizendo ‘tive um empresário que mandava eu tirar o chapéu’”.

O protagonista do filme é vivido por Gabriel Sater, que é filho do cantor Almir Sater. Ele contou que não se identifica com o sertanejo universitário, mas fez um longo trabalho de pesquisa sobre a vertente mais moderna do gênero: “eu não conheço o sertanejo atual, não domino. Tive que fazer um laboratório intenso. Pesquisei mais de 50 duplas, porque até a colocação vocal é diferente”.

O elenco do filme também relativizou a discussão sobre o que é sertanejo raiz, dando um exemplo clássico. Chitãozinho e Xororó, que hoje são considerados cantores mais tradicionais, receberam críticas no início: “Eles foram pioneiros em colocar guitarra no sertanejo, mas são raiz. É uma dupla que transparece verdade. Eles gravam o que gostam sem perder a identidade”, destacou Gui, que homenageou a dupla na trilha sonora.

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