Edgard Piccoli propõe reflexão sobre momento político no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2015 14h16
Reprodução

“Meus queridos ouvintes, hoje eu quero propor uma reflexão a vocês. É simples: olhe ao redor, observe a disposição das pessoas nas conversas na escola, no trabalho, na praia sobre esse momento difícil que a gente atravessa no Brasil. Aposto que você vai ver de tudo aí, dos argumentos mais disparatados aos mais ponderados e lúcidos. Isso, considerando que você se importa, vai inevitavelmente causar certas sensações que poderão despertar sentimentos de amor e ódio.

Mas ó, cuidado, esse momento é crucial, pois pode te levar a dizer coisas de supetão, e daí para ser traído pelo ímpeto e incorrer em desmesuras e ofensas é um passinho só. Então procure ficar calmo, pense mais de uma vez.

Essa armadilha pode derrubar até jornalistas experiencias, com desenvoltura nas letras e palavras, filósofos, teólogos e empresários liberais, pessoas que normalmente a gente espera palavras mais temperadas e sensatas.

Lembro que existe muito espaço entre um extremo e outro. Não que você não possa estar em uma dessas pontas, mas se esse é o caso, veja, não é porque você releva, transige, apoia como partidário o atual governo, que quem pensa diferente tem o direito de te enquadrar como um vigarista, bandido ou vagabundo. Assim como os que sustentam que tem que ir pra cadeia, que esse governo tem que perder este trono, não precisa se sentir um carrasco dos menos favorecidos e oprimidos”.

Confira no áudio o comentário completo de Edgard Piccoli. 

Abaixo, veja o discurso na íntegra.

“Meus queridos ouvintes, hoje quero propor uma reflexão. É simples, olhe ao redor, observe a disposição das pessoas nas conversas na escola, no trabalho, na praia, ou no futebol com os amigos sobre esse momento difícil que atravessamos no brasil. Aposto que você vai ter de tudo. Dos argumentos mais absurdos e disparatados aos mais ponderados e lúcidos. Isso, considerando que você se importa, vai inevitavelmente te causar certas sensações que poderão despertar sentimentos de amor e ódio. Cuidado, esse momento é crucial, pois pode te levar a dizer coisas de supetão e daí pra ser traído pelo ímpeto e incorrer em desmesuras e ofensas é um passo. Mas procure ficar calmo, pense mais uma vez. Essa armadilha pode derrubar até jornalistas experientes, tarimbados com desenvoltura nas letras e nas palavras, filósofos, teólogos, ideólogos e empresários liberais, pessoas de quem normalmente se espera posições temperadas e sensatas. Bem, dito isso, lembro que existe muito espaço entre um extremo e outro. Não que você não possa estar em uma dessas pontas e se esse é caso, veja, não é porque você releva, transige ou até apoia como partidário o atual governo, seus rumos e ações e que com muita, mas muita fé acredita que com essa conduta, em algum futuro virá um país melhor; que quem pensa diferente tem o direito de simplesmente enquadrá-lo como um vigarista, um bandido ou um vagabundo. Pelo menos, eu acho que não deveria ter. Temos aí as convicções baseadas nas forças da natureza e isso não dá pra ir contra, no máximo talvez, lamentar. Assim como você que quer esse governo fora do trono e muitos dos que o sustentam na cadeia porque se sente patrocinador involuntário de um projeto de poder ultrapassado, não precisa se sentir um carrasco dos menos favorecidos e oprimidos. Se liga, isso não lhe tira o direito de protestar batendo panelas nem que sua sacada seja da linha gourmet. Afinal, vivemos num país que se pretende livre, democrático. Temos o direito de nos manifestarmos tanto às sextas-feiras 13 como também aos domingos 15. Só não vale furar fila, sonegar, parar em vaga de idoso e deficiente, encostar no “bolsa família” pra sempre, invadir propriedades produtivas, nem marcar lugar na fila dos programas de moradia popular com a barraquinha de acampar vazia, tá pessoal?”

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