Boulos critica atuação de Weintraub no MEC: ‘Cidadão desqualificado’

  • Por Jovem Pan
  • 14/08/2019 12h20 - Atualizado em 14/08/2019 12h22
Jovem Pan Guilherme Boulos foi o convidado desta quarta-feira (14) do Morning Show

Guilherme Boulos criticou firmemente a atuação do ministro Abraham Weintraub na pasta da Educação, tido por ele como um “cidadão desqualificado” por não reconhecer a importância do Método Paulo Freire de alfabetização no ensino público do país.

Em entrevista ao Morning Show nesta quarta-feira (14), Boulos disse que Weintraub “mentiu descaradamente” em suas declarações sobre Freire quando o ministro participou do programa da Jovem Pan no início do mês.

“Weintraub mentiu descaradamente, é um mentiroso. Ele desinformou porque disse que em nenhum país do mundo se adota o Método Paulo Freire, posso citar vários, mas vou falar de um só, que é o que ele mais admira: Estados Unidos. A escola de ensino médio público melhor avaliada no Massachusetts usa o Método Paulo Freire”, afirmou Boulos.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ainda disse que Freire é o autor mais citado academicamente na área de humanidades em todo o mundo. “Aí vem o seu Weintraub, o cara que confunde Kafka com kafta; que grava um vídeo patético dentro do gabinete dele com um guarda- chuva; que erra conta com bombom, querer tratar Paulo Freire com desprezo. Esse cara não está à altura do MEC. O Ministério da Educação é muito maior do que um cidadão desqualificado como Weintraub”, completou.

Em tom menos exaltado, Guilherme Boulos negou que a “sombra” de Lula atrapalha o surgimento de novos líderes na esquerda brasileira. “Sucessão na História não se faz pedindo licença, as pessoas se afirmam. Do meu ponto de vista, não é uma avaliação correta dizer que a esquerda não se renovou porque o Lula não deixou. Processos de renovação e novas lideranças se constroem.”

Erros do PT

Apesar disso, Boulos também fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) por não ter pulso firme com setores que, segundo ele, merecem atenção do atual e próximos governos.

“O PT teve a oportunidade de propor uma reforma política e não o fez, faltou também um enfrentamento mais decidido e mais duro ligado ao mercado financeiro. Nós somos a república dos bancos”, apontou Boulos, comparando as altas taxas de cartões de crédito do Brasil com demais países da América do Sul.

Boulos não negou que houve corrupção no governo do PT, pois há provas concretas sobre desvios na Petrobras, entretanto avaliou que responsabilizar unicamente o partido por esse problema é equivocado.

“Essa narrativa que foi construída de que o PT é o partido da corrupção é falsa. Os mecanismo de corrupção que existiram no governo do PT são os mecanismos de corrupção do Estado brasileiro. São estruturais e não se resolvem com qualquer tipo de discurso fácil e de demonização. (…) Esse é o modus operandi do Estado brasileiro.”

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