Geraldo Magela critica falta de acessibilidade: ‘Coisas simples de serem resolvidas’

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2019 12h04
Jovem Pan Humorista de 61 anos fala que pouca coisa mudou nas grandes cidades em relação à acessibilidade

Das lojas de roupas para a rádio, daí para a televisão e, hoje, no YouTube. Geraldo Magela acumula bons anos de carreira, sempre se reinventando e afinando sua comédia. Na quinta-feira (16), o humorista apresenta o seu show no Comedians Club, em São Paulo, e aproveitou a passagem pela cidade para conversar com a bancada do Morning Show.

“Muita gente pergunta se sou cego mesmo porque, como já enxerguei um pouquinho, tenho uma boa memória visual, consigo falar sobre formas e cores. Acham que cego só fica com a cabeça pra cima”, contou em entrevista nesta quarta (15).

Magela afirmou que a falta de informação sobre os deficientes visuais prejudica na interação das pessoas. “Não tem que ter pena, fico muito chateado e ofendido quando isso acontece. Mas isso é porque nunca se fez uma campanha sobre o potencial que os cegos têm. Não tem que ter dó, tem que dar oportunidade e acreditar que dentro da nossa limitação podemos fazer tão bem ou até melhor que aquelas com sua capacidade total”, disse o humorista.

Aos 61 anos, o comediante disse que pouca coisa mudou em relação à acessibilidade nas grandes cidades. “Em Belo Horizonte, tem muitos buracos, árvore no meio da calçada, são coisas tão simples de serem resolvidas. (…) Fui a Fernando de Noronha com a minha família, mas é um local péssimo para deficientes. A gente não consegue chegar nos lugares que queria chegar”.

Mas, para os cegos, Magela acredita que uma das maiores dificuldade estar em assumir o uso da bengala. “É puro complexo, eu passei por isso, de achar que se me vissem com bengala iam ficar com pena. Mas a partir do momento que comecei a usar me tornei completamente independente, vou ao boteco sozinho”, descontraiu.

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