Jô Soares diz que seu programa acabou na hora certa e elogia Bial: "um craque"

  • Por Jovem Pan
  • 20/12/2017 10h56
Bruno Lima/ Jovem Pan

José Eugênio Soares é uma pessoa que tem muita história para contar. Prestes a completar 80 anos de vida e lançando a autobiografia desautorizada “O Livro de Jô”, o eterno Jô Soares falou sobre tudo em entrevista exclusiva ao Jovem Pan Morning Show e ressaltou que a escolha de acabar com o seu tradicional programa de entrevistas foi uma escolha acertada e com sua total aprovação.

Foram 28 anos recebendo convidados de todos os tipos, cores e ideologias, totalizando 15 mil entrevistas ao longo de todos esses anos. Mesmo com todo o amor e carinho pela profissão, Jô acabou perdendo o prazer de ir ao estúdio da Globo para conversar. Segundo ele, isso já acontecia nos últimos dois anos, o que o fez perceber que o ciclo havia se encerrado.

“Para mim foi uma escolha feita de lado a lado, mas de certa forma com a minha total aprovação. Achei que estava mais do que na hora. Foram 15 mil entrevistas em 28 anos. Se pelo lado matemático seria lindo fazer 30 anos, por outro lado eu já não ia gravar como o mesmo prazer. No meu caso eu sou levado a fazer as coisas pelo prazer de fazer. Quando saí da Globo, falaram que eu era louco. Eu queria mudar, não dava para ficar fazendo personagem, essa época dentro de mim já passou”, explica.

Como em tudo na vida, você tem que saber quando parar. É nessa filosofia que o apresentador decidiu encerrar o seu ciclo com entrevistas, tirando um tempo para si e iniciando o trabalho no primeiro volume de sua biografia.

“Sempre fui levado pelo prazer de fazer as coisas. Nos dois últimos anos eu já não ia para a TV fazer o programa com a mesma alegria. Encontrava a minha turma e os entrevistados sempre me deram prazer, mas já tinha acontecido. Foi um ciclo que fechou na hora certa. Poderia ter se estendido mais? Sim, poderia. Mas você tem que saber a hora que tem que parar. Por que senão como é que fica? Morrer fazendo? Não!”, ressalta.

“Pedro Bial é um craque”

Com o fim do “Programa do Jô”, o jornalista Pedro Bial ficou encarregado por substituir Jô Soares nas noites da Globo, criando o show “Conversa”. Experiente e muito sagaz, Bial conseguiu conquistar o público e no meio dessas pessoas está o próprio Jô. O escritor derramou elogios para o seu sucessor – a quem concedeu entrevista há poucos dias – afirmando que ele é um verdadeiro craque e um homem generoso.

“Eu acho ele espetacular e a maneira como ele trata os convidados é muito adequada a cada pessoa. Ele é um craque, o que podemos falar? A própria história dele já mostra quem é. A generosidade desse homem é algo impressionante. Digo isso porque conheço o Bial bem antes dessa entrevista (no Conversa)”, comenta.

Nesse momento, Soares relembra um causo junto de Bial, na época em que lançou o livro “O Xangô de Baker Street”. O humorista disse que o jornalista foi à sua casa gravar uma entrevista para algum programa de televisão e que foi Bial que apontou um erro de concordância logo na primeira página.

“Quando eu estava lançando ‘O Xangô de Baker Street’, ele veio fazer a matéria aqui para algum programa. Ele disse que adorou o livro, mas disse que tinha um erro de concordância na primeira página. Passou por cinco revisões e quando abri na primeira página e tinha um erro de concordância primário”, revelou.

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