“Os Estados Unidos precisam do Irã na região”, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2016 09h17
WAS01. Washington Dc (United States), 17/01/2016.- US President Barack Obama delivers a statement on the relations between US and Iran, including the release of the US hostages that were held in Iran, in the cabinet room of the White House, Washington DC., USA, 17 January 2016. Obama spoke about the freed US hostages, and said that Iran 'will not get its hands on a nuclear bomb.' (Estados Unidos) EFE/EPA/AUDE GERRUCCI / POOL EFE Obama declara o fim das sanções contra o Irã.

 O fim das sanções econômicas contra o Irã trará mudanças na geopolítica do Oriente Médio e pode derrubar ainda mais o preço do petróleo em todo o mundo. O país, que é alvo da medida desde 1979, conseguiu se livrar do embargo após assinar um acordo com os Estados Unidos e outras potências europeias.

No sábado (16/01) quatro prisioneiros americanos foram libertados no Irã, um ato retribuído pela Casa Branca no dia seguinte. O presidente Barack Obama, um dos maiores defensores do acordo nuclear, declarou que o mundo a partir de agora ficará mais seguro: “Os Estados Unidos nunca tiveram medo de buscar a diplomacia com os seus adversários e estamos vendo os resultados. O Irã não terá a possibilidade de fazer uma bomba nuclear. O Oriente Médio, os Estados Unidos e o mundo inteiro ficarão mais seguros”. Obama afirmou que forçou o Irã a libertar os americanos presos usando apenas a diplomacia, sem iniciar uma nova guerra na região.

Na visão de Reginaldo Nasser, professor de relações internacionais da PUC São Paulo, o acordo nasce de uma mudança ocorrida no Oriente Médio: “O acordo é consequência da mudança geopolítica, nesse contexto de primavera árabe e principalmente de guerra civil da Síria, instabilidade no Iraque, fortalecimento do Estado Islâmico, que é inimigo do Irã. Os Estados Unidos precisam do Irã na região. É bom lembrar que os Estados Unidos apoiam o governo do Iraque que é um governo xiita, que também é poiado pelo Irã”.

Outro cenário que surge com o fim das sanções é a maior presença do Irã no mercado internacional do petróleo e a queda no preço do barril. O professor de relações internacionais da UnB, Alcides Costa Vaz, ressalta ao repórter Victor LaRegina, as repercussões econômicas da decisão: “De forma imediata, o desbloqueio de ativos financeiras do Irã, terá um efeito positivo de curto prazo na economia do Irã. Agora, ocorre também, e vai reforçar essa tendência, a manutenção de preços do petróleo em patamares baixos, abaixo dos US$ 30 como está agora”.

Analistas aguardam a reação da Arábia Saudita, principal parceira do Ocidente na região, que iniciou uma crise diplomática com o Irã há duas semanas. Outro adversário de Teerã no Oriente Médio, Israel classificou o acordo como um erro histórico e disse que vai continuar monitorando o país persa.

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