‘Se tiver algo de concreto contra ele, tomaremos providências’, diz Bolsonaro sobre ministro do Turismo

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2019 21h37
Marcos Corrêa/Presidência da República Presidente disse que já solicitou a Sergio Moro que determine a investigação do caso

Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is da Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre o caso de Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo de seu governo envolvido em uma investigação da Polícia Federal sobre supostas candidaturas laranjas do PSL. Segundo o presidente, se for descoberto algum início concreto de irregularidade na conduta do ministro, serão tomadas “providências”.

“Estamos acompanhando o caso. Chegando ao Brasil, vou conversar com o [ministro da Justiça e Segurança Pública] Sergio Moro“, disse o presidente, por telefone, direto de Osaka, no Japão, onde participa do G20. “O que traz à tona esse caso: uma ou duas pessoas em Minas Gerais que receberam uma quantidade de dinheiro do fundo partidário não-compatível com o número de votos. Pedi ao Moro que instaure o devido processo em todos os partidos onde pessoas receberam, em especial mulheres, vultuosos recursos e tiveram ínfima votação. Existe em quase todos os partidos. O que não pode é simplesmente atirar em cima do PSL. Se tiver algo de concreto contra ele, tomaremos providências”, completou.

A Polícia Federal prendeu um assessor especial do ministro nesta quinta-feira (27), em Brasília. O assessor em questão é Mateus Von Rondon, um dos mais mais próximos do ministro. Também foi preso um dos coordenadores da campanha de Álvaro Antônio em MG, Roberto Silva Soares, conhecido como Robertinho. Além dele, a PF ainda prendeu um ex-assessor do ministro na Câmara dos Deputados, Haissander Souza de Paula.

Os suspeitos são investigados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, emprego ilícito do fundo eleitoral e associação criminosa. As candidaturas laranja teriam sido de mulheres. O objetivo, segundo as investigações, seria o de acessar fundos eleitorais e utilizar os recursos para pagamento de despesas de outras candidaturas.

Mourão e Onyx

Mais cedo, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, disse que Bolsonaro poderá exonerar o ministro caso ele tenha alguma responsabilidade no caso. Ele pediu, no entanto, cautela com as acusações e defendeu o desenrolar das investigações. “Óbvio que se houver alguma culpabilidade dele neste processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo. Mas vamos lembrar que sempre que a gente colocar a culpabilidade na frente dos acontecimentos as coisas não funcionam corretamente. Então, não vamos linchar a pessoa antes de todos os dados serem esclarecidos”, disse.

Já o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, minimizou as prisões das três pessoas e afirmou que o governo continua confiando em Álvaro Antônio. “O ministro continua fazendo o seu trabalho, servindo o país. O ministro já reiterou mais de uma vez que ele não tem nenhum envolvimento nesta questão. O governo continua confiando no seu ministro e aguardando com serenidade e tranquilidade as investigações”, afirmou. Para Lorenzoni o caso não é novo e não têm nada a ver com o governo.

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