Pacientes reclamam de desabastecimento em farmácia do Hospital das Clínicas

Remédios

Mesmo após a assinatura de um termo de comprometimento do Hospital das Clínicas com o Ministério Público de SP na semana passada, o abastecimento da farmácia do HC continua deficiente.

A demora na fila, que informa apenas se há remédio no estoque, também segue grande mesmo para as dimensões do maior complexo hospitalar da América Latina.

Nesta quarta-feira (03), acompanhamos o aposentado José Lopes na espera até o guichê 21. E não demos sorte. “Primeira fila e depois a segunda fila para pegar a senha e depois esperar mais uns 40 minutos para pegar o remédio. HOje não dei sorte. A sorte minha é tirar dinheiro do bolso”, lamentou.

Na fila, o aposentado, que trata sequelas após contrair meningite, não escondia sua ansiedade. Até porque, da última vez, a negativa custou caro e fez falta no orçamento. “R$ 240. Aí comprei. Cheguei aqui e duas semanas e tinha o remédio. No outro mês, nada”, contou.

O acordo fechado com o MP na semana passada previa a instalação de um painel que informe os medicamentos em falta. Como o aparelho ainda não existe por lá, ficamos cerca de meia hora na fila para ouvir um sonoro “não” da atendente.

E como nunca há previsão, as pessoas acabam voltando várias vezes no mês para tentar a sorte e conseguir um remédio.

Há ainda outra queixa por parte dos pacientes. O atendimento telefônico, que economizaria tempo e deslocamentos desnecessários, não funciona.

Em nota o Hospital das Clínicas esclarece que vem constantemente aprimorando a distribuição de medicamentos para seus pacientes. Cita que o acordo fechado com o MP de São Paulo é mais um passo nesse sentido. O texto ressalta que a entrega dentro do prazo e na quantidade certa aos nossos pacientes é a regra, não a exceção.  É bom lembrar: há uma sentença judicial, já transitada em julgado, na 3ª Vara da Fazenda Pública que OBRIGA o HC a sanar as falhas que se verificaram na prestação desse serviço à população.

*Informações da repórter Carolina Ercolin