Amor Profano: Marcello Airoldi e vivianne Pasmanter estrelam peça sobre judaísmo ortodoxo

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2019 14h07
Johnny Drum - Jovem Pan Os globais estão em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, até o dia 23 de fevereiro com a peça 'Amor Profano'

Atores da TV Globo, Marcello Airoldi e Vivianne Pasmanter, estão em cartaz com a peça “Amor Profano” em São Paulo. Ao Pânico, eles falaram sobre a experiência de dar vida a um casal de judeus que vive uma espécie de triangulo amoroso com Deus.

“É um triangulo amoroso com deus como um deles, é difícil competir. Zvi [personagem de Airoldi] quer que o filho fique com a filha dela. Ele abandonou a religião, Hana é religiosa. A dificuldade de amar o outro, de tolerar o outro [está na peça]”, diz o ator.

Na trama, Airoldi dá vida a Zvi, um judeu criado como ultra ortodoxo, mas que se rebela ao visitar Tel Aviv. Ele teme a deus e por isso o nega, situação que leva ao rompimento do seu casamento com Hana, judia ultra ortodoxa que acaba por se casar com um rabino 40 anos mais velho, personagem interpretada por Pasmanter. Casados e com filhos nos seus outros relacionamentos, ambos se reencontram após 20 anos do rompimento para discutir o noivado dos filhos.

A dupla revela que fez um amplo estudo sobre o judaísmo. Pasmanter aponta que sua personagem é de uma comunidade ultra ortodoxa em Israel, que vive praticamente isoalda. “Essa comunidade é ultra ortodoxa, eles não têm TV, não querem internet. As famílias costumam ter oito ou dez filhos. Eles vivem muito de caridade de comida, não têm vaidade, vivem com o essencial. Para nós isso é muito distante, mas ao mesmo tempo é incrível. A peça é extremamente universal. Fizemos um trabalho de pesquisa, fomos a psicólogos, filósofos, rabinos. Vimos filmes, lemos livros. Os valores nessa cultura, nessa comunidade, são outros”, disse.

A peça deveria ser uma tragédia, mas acabou se revelando tragicomédia. Isso porque o público se identificou com a história e, de acordo com Airoldi, algumas situações eram tão potentes que não tinham como não levarem a plateia às risadas. “Têm outros momentos em que há uma potência tão absurda que era óbvio que o povo ia rir, mas não percebemos. O povo ri, quase interfere, mas é uma tragédia”, apontou.

O próprio nome do espetáculo traz dualidade, essa que domina a peça personalizada pela ambiguidade dos personagens. “O que é profano? É uma coisa não sagrada, relativa ao homem. O profano [na peça] é o que é relativo ao homem, não tem o sentido [pejorativo, ruim] de profanar algo”, reflete Vivianne Pasmanter. Para ela, profano, neste contexto, é o homem que reconhece as consequências de suas ações.

“Três personagens estão em cena. Hana, Zvi e Deus. Deus está ali, faz parte da história e faz parte dos personagens. É o Deus de cada um. Para Zvi é um Deus de quem morre de medo e para Hana é um Deus que ela venera”, explica a atriz. Pasmanter, inclusive, falou sobre sua religiosidade. Ela diz que não acredita em deus na forma punitiva, mas que acredita em algo, “O que é esse Deus? Eu o encontrei uma vez, quando estive na Amazônia, e me emocionei. Quando vi o dia nascer, começarem os sons dos animais, eu me emocionei”, pontuou.

A peça fica em cartaz até o dia 23 de fevereiro, com horários às 21h, nas sextas e sábados, e às 19h, aos domingos.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.